“A
adoração Eucarística é uma das formas mais eficazes de evangelização”. Palavras
do Frei Raniero Cantalamessa na Quarta Pregação da Quaresma para o Santo Padre
e a Cúria Romana na manhã desta sexta-feira (05/04) na Capela Redemptoris
Mater, no Vaticano
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O
Padre Raniero Cantalamessa, Pregador oficial da Casa Pontifícia, continuou, na
manhã desta sexta-feira (05/4), na Capela “Redemptoris Mater”, no Vaticano, as
suas meditações de Quaresma, das quais participam o Santo Padre e a Cúria Roma.
Nesta
quarta pregação, do período quaresmal, o Capuchinho continuou a aprofundar o
tema: “Voltar
para dentro de si mesmo”, extraído do pensamento de Santo Agostinho.
Deus vivo
Frei Cantalamessa iniciou sua meditação recordando que, este
ano, celebramos o oitavo centenário do encontro de São Francisco de Assis com o
Sultão do Egito al-Kamil, ocorrido em 1219, ao regressar da sua viagem ao
Oriente.
Este evento, disse o Pregador, tem um detalhe que diz respeito
ao tema das meditações quaresmais sobre o “Deus vivo”.
Ao voltar do Oriente, o Pobrezinho de Assis escreveu uma carta
de exortação aos Poderosos das Nações.
Acredita-se que o Santo tenha se inspirado na sua viagem ao
Oriente, onde ouviu a oração vespertina dos muezins através dos minaretes. Um
belo exemplo, não só de diálogo entre as diferentes religiões, mas também de
enriquecimento mútuo.
Nós, cristãos, - disse o Pregador da Casa Pontifícia - temos uma
imagem diferente de Deus: um Deus que é amor infinito, além de poder infinito,
ao qual temos a obrigação primordial de adorar: “Virá a hora, e já chegou, em que
os verdadeiros adoradores deverão adorar o Pai em espírito e verdade”, diz
o evangelista João.
O Novo Testamento deu maior dignidade à palavra “adoração”. De
fato, “Está
escrito: ao Senhor, teu Deus adorarás, só a ele prestarás culto".
A Igreja – disse Cantalamessa - retomou este ensinamento,
fazendo da adoração o ato por excelência do culto. A adoração é o único ato
religioso que não pode ser oferecido a ninguém, em todo o universo, nem sequer
a Nossa Senhora, mas apenas a Deus.
A atitude externa, que corresponde à adoração, é, geralmente, a
genuflexão, o gesto de dobrar os joelhos.
Mas, o que significa, realmente, adorar, perguntou o Frei
Capuchinho. A expressão de adoração mais eficaz, do que qualquer palavra,
afirmou, é o silêncio, na presença do Senhor Deus!" Adorar, segundo a
maravilhosa afirmação de São Gregório de Nazianzeno, significa “elevar a Deus
um hino de silêncio"! É consentir a Deus ser Deus.
Mas, adorar a Deus não é tanto um dever, uma obrigação, mas um
privilégio, uma necessidade. O homem precisa de algo majestoso para amar e
adorar! Ele foi criado para isto. Não é Deus que precisa ser adorado, mas
o homem que precisa adorar. No entanto, adoração deve ser um ato livre.
O Padre Raniero Cantalamessa concluiu sua quarta pregação de
Quaresma dizendo que a Igreja Católica tem uma forma particular de adoração:
adoração Eucarística, o culto eucarístico, a contemplação de Cristo e do seu
mistério. Enfim, a adoração Eucarística é uma das formas mais eficazes de
evangelização.
O Pregador terminou sua meditação com o Salmo: “Vinde,
inclinemo-nos em adoração; ajoelhemo-nos diante do Senhor que nos criou. Ele é
nosso Deus! Nós somos as suas ovelhas e ele o nosso Pastor”!
Fonte: Vatican News
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