Símbolo
de fé que triunfa sobre o mal, São Jorge é considerado Padroeiro dos
cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros.
Cidade do Vaticano
No dia 23 de abril, a Igreja celebra
a memória litúrgica de São Jorge, onomástico do
Papa Jorge Mario Bergoglio.
A luta de São Jorge contra o dragão
Nascido na Capadócia, oficial do
exército de Diocleciano, São Jorge morre mártir em 303, entre atrozes torturas,
por não negar sua fé durante as perseguições anticristãs desencadeadas pelo
imperador romano. Famoso o episódio lendário em que, protegido pela Cruz, mata
o dragão que devorava as pessoas: símbolo de fé que triunfa sobre o mal.
São Jorge é considerado Padroeiro dos
cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros. Ele é invocado ainda
contra a peste, a lepra e as serpentes venenosas. O Santo é honrado também
pelos muçulmanos, que lhe deram o apelativo de “profeta”.
Reflexões do Papa sobre a luta contra
o mal
O Papa Francisco dedicou inúmeras
homilias para falar da eterna luta contra o diabo, luta que ele definiu
“agradabilíssima” na meditação de 30 de outubro de 2014.
A vida do cristão é «uma milícia», e
são necessárias «força e coragem» para «resistir» às tentações do diabo e para
«anunciar» a verdade. Mas esta «luta é agradabilíssima», porque quando o Senhor
vence a cada passo da nossa vida, dá-nos alegria e «grande felicidade».
Meditando sobre as palavras de Paulo na Carta aos Efésios (6, 10-20) e sobre a
sua «linguagem militar», o Papa falou daquela que os teólogos descrevem como a
«luta espiritual: para ir em frente na vida espiritual é preciso lutar!».
São necessárias «força e coragem»,
porque não se trata de um «simples embate», mas de uma «luta contínua» contra o
«príncipe das trevas», do cerrado confronto evocado pelo Catecismo, no qual
«nos ensinaram que os inimigos da vida cristã são três: o diabo, o mundo e a
carne». Trata-se da luta diária contra a «mundanidade», a «inveja, luxúria,
soberba, gula, orgulho, ciúmes», paixões que «são as feridas do pecado
original». Então, alguém poderia perguntar: «Mas a salvação que Jesus nos dá é
gratuita»? Sim, respondeu Francisco, «mas tu deves defendê-la!». E, como
escreve Paulo, para o fazer é preciso «vestir a armadura de Deus», pois «não se
pode pensar numa vida espiritual, cristã», sem «resistir às tentações, sem
lutar contra o diabo». E pensar que nos queriam fazer crer «que o diabo era um
mito, uma figura, uma ideia do mal!». Ao contrário, «o diabo existe e nós
devemos lutar contra ele». São Paulo recorda: «É a palavra de Deus que no-lo
diz», mas parece que «não estamos convictos» desta realidade.
Armadura de Deus
Mas como é a «armadura de Deus»? É o
apóstolo que nos dá alguns pormenores: «Permanecei firmes, cingi-vos com a
verdade». Por isso, é preciso sobretudo a verdade, pois «o diabo é o mentiroso,
o pai dos mentirosos»; depois — diz Paulo — é preciso vestir «a couraça da
justiça», e o bispo de Roma explicou que «não podemos ser cristãos sem labutar
incessantemente para ser justos». E ainda: «Os pés calçados e prontos para
propagar o Evangelho da paz», pois «o cristão é um homem, uma mulher de paz» e
se não tiver «paz no coração» algo não funciona: é a paz que «nos dá força para
lutar».
Enfim, na Carta aos Efésios lê-se:
«Agarrai-vos sempre ao escudo da fé». O Pontífice meditou sobre este detalhe:
«Muito nos ajudaria, se nos perguntássemos: como vai a minha fé? Creio ou não
creio? Ou creio um pouco sim, um pouco não? Sou um pouco mundano e um pouco
crente?». Quando recitamos o Credo, fazemo-lo só com «palavras»? Estamos
conscientes de que «sem a fé não se pode ir em frente, não se pode defender a salvação
de Jesus?».
Evocando o trecho do cap. 9 de João,
no qual Jesus cura um jovem que os fariseus não queriam acreditar que era cego,
o Papa observou que Jesus não perguntou ao jovem: «Estás contente? És feliz?
Viste que sou bom?», mas: «Crês no Filho do homem? Tens fé?». E dirige-nos a
mesma pergunta «todos os dias». Uma pergunta iniludível, pois «se a nossa fé é
fraca, o diabo derrotar-nos-á». O escudo da fé não só nos defende, mas também
nos dá vida». Assim, diz Paulo, conseguiremos «apagar todas as setas inflamadas
do maligno», pois ele «não nos lança flores», mas «setas inflamadas, venenosas,
para nos matar».
Da armadura do cristão fazem parte
também o «elmo da salvação», a «espada do Espírito», da oração. Paulo recorda:
«Rezai em todas as ocasiões!». E o Pontífice reiterou: não se pode «levar uma
vida cristã sem a vigilância».
A vida cristã é uma milícia
Por
isso, a vida cristã pode ser considerada «uma milícia». Mas é uma «luta
agradabilíssima», porque nos dá «a alegria de saber que o Senhor venceu em nós,
com a gratuidade da sua salvação». No entanto, concluiu o Papa, somos todos «um
pouco indolentes» e «deixamo-nos levar pelas paixões e por algumas tentações».
E embora «sejamos pecadores», não devemos desanimar, «porque ao nosso lado está
o Senhor, que nos dá tudo», levando-nos «a vencer este pequeno passo de hoje»,
a nossa luta diária, com a «graça da força, da coragem, da prece, da vigilância
e da alegria».
Fonte: Vatican News
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