A
diretora dos Museus do Vaticano, Barbara Jatta representou a Santa Sé na 63ª
sessão da Comissão sobre o Status da Mulher nas Nações Unidas, na qual estavam
presentes 5 mulheres presidentes. “Com a minha participação a Santa Sé deu um
importante sinal sobre a presença feminina na cúpula das suas estruturas”
Cidade do Vaticano
Pela primeira vez a Santa Sé enviou
um representante a uma sessão da Comissão das Nações Unidas sobre o Status da
Mulher. Trata-se de Barbara Jatta, diretora dos Museus do Vaticano, que
participou da conferência “Women in Power” organizada por Maria Fernanda
Espinosa Garcés, presidente da Assembleia Geral da ONU. Na manhã de 12 de março
a representante da Santa Sé participou de três mesas redondas do evento que foi
aberto pelo secretário-geral, o português Antonio Guterres.
Vatican
News fez algumas perguntas a Barbara
Jatta sobre o significado desta histórica participação.
Barbara
Jatta: Foi a primeira vez que a Santa Sé enviou um seu
representante a essa Assembleia. Sinto-me honrada e creio que seja um
importante sinal que o Vaticano quer dar sobre a presença feminina nas suas
estruturas.
Representar
a Santa Sé em uma comissão sobre a situação das mulheres permite também levar o
testemunho da doutrina social da Igreja sobre o tema…
Barbara
Jatta: A doutrina social da Igreja tem pontos extraordinários que estão
sendo aplicados. Posso me considerar um exemplo, como mulher, esposa, mãe, mas
também funcionária de uma estrutura vaticana, na qual sempre fui respeitada,
valorizada pelo trabalho que fiz, mas também com atenção pelo fato de ser mãe e
esposa. A sociedade mudou e a Santa Sé claramente adequou-se aos tempos, com
muitas iniciativas em favor das mulheres. Dentro do Vaticano aumentam cada vez
mais os cargos de chefias com a presença de mulheres.
Quando comecei a trabalhar na Biblioteca éramos apenas 3
mulheres, e quando saí, 20 anos depois, éramos 50% de todos os funcionários.
Nos Museus do Vaticano, cerca de 50% entre os quase mil funcionários e
colaboradores são mulheres. E muitas mulheres têm posições de chefias tanto na
parte organizativa, como no setor administrativo dos Museus. Portanto, há
realmente um equilíbrio da presença masculina e feminina ao menos nas
estruturas que trabalhei na Santa Sé.
Podemos
dizer que depois de 30 anos da Carta Apostólica Mulieris
dignitatem,
o documento de João Paulo II sobre a dignidade e a vocação da mulher, que foi
um marco na Igreja, foram feitos muitos passos concretos…
Barbara
Jatta: Tenho certeza disso. Os cinco cardeais bibliotecários com os
quais trabalhei e o cardeal presidente Giuseppe Bertello, que é
meu atual superior, tiveram e têm uma particular atenção pelo papel
feminino e portanto a aplicação da Mulieris dignitatem foi
e está sendo feita, com os passos de uma sociedade que está em evolução.
Fonte: Vatican News
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