Ao
visitar o Capitólio, o Pontífice fez uma verdadeira ode à “Cidade Eterna”,
recordando seu passado glorioso de encruzilhada de civilizações até se tornar o
centro do Catolicismo.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do
Vaticano
A manhã do Papa Francisco foi
dedicada à cidade de Roma. O Pontífice visitou o Capitólio, onde foi recebido
pela prefeita, Virginia Raggi.
Do seu escritório, o Santo Padre pôde
admirar o panorama dos Foros Romanos e manter um colóquio privado.
Depois, foi a vez dos assessores da
capital cumprimentarem o Papa e receberem dele uma cópia do livro “Repensar o
futuro”, com discursos sobre a Europa.
Poder temporal e espiritual
Após a assinatura do Livro de Ouro
Capitolino, seja o Papa, seja a prefeita, pronunciaram os seus discursos.
O Pontífice fez uma verdadeira ode à
“Cidade Eterna”, recordando seu passado glorioso de encruzilhada de
civilizações até se tornar o centro do Catolicismo.
“Roma, no decorrer dos seus quase 2.800
anos de história, soube acolher e integrar diversas populações e pessoas
provenientes de diferentes partes do mundo”, destacou o Papa. Seu rico
patrimônio artístico, cultural e religioso fez da cidade meta de turistas e
peregrinos.
Por isso, prosseguiu o Pontífice,
Roma num certo sentido obriga o poder temporal e o poder espiritual a
dialogarem constantemente, a colaborarem estavelmente no respeito recíproco. E
não só, requer-se também criatividade, seja ao tecer boas relações, seja ao
enfrentar os inúmeros problemas que a gestão de uma herança assim tão imensa
traz necessariamente consigo.
“
A ‘Cidade eterna’ é como um enorme cofre de tesouros espirituais, históricos,
artísticos e institucionais e, ao mesmo tempo, é o local habitado por cerca de
três milhões de pessoas, que são a honra e a fadiga de cada administrador, de
quem quer que se empenhe pelo bem comum da cidade. ”
Capitólio, Cúpula e Coliseu
Para o Papa, o Capitólio, a Cúpula de
Michelangelo e o Coliseu são os emblemas e a síntese dessa cidade que possui
uma vocação universal, mas que exige uma “coragem criativa” para que tanto
esplendor não se degrade.
Mais decisivo ainda, acrescentou
Francisco, é que Roma se mantenha à altura de sua tarefa e da sua história, que
saiba ser, não obstante as atuais circunstâncias, farol de civilidade e mestre
de acolhimento.
Periferias
Francisco garantiu o compromisso e a
colaboração da Igreja para que os romanos reencontrem o sentido de pertença.
“Roma exige e merece a real, sábia e generosa colaboração de todos”, sobretudo
nas periferias, onde inúmeros migrantes que fugiram de guerras e da miséria
encontraram refúgio.
As palavras do Santo Padre foram de
encorajamento:
“
Roma, cidade acolhedora, é chamada a enfrentar este desafio epocal no sulco da
sua nobre história; a utilizar as suas energias para acolher e integrar, para
transformar tensões e problemas em oportunidades de encontro e de crescimento.
Roma, fecundada pelo sangue dos mártires, saiba extrair da sua cultura,
plasmada pela fé em Cristo, os recursos de criatividade e de caridade
necessárias para superar os medos. (...) Roma é cidade de pontes, jamais de
muros! ”
Para isso, concluiu o Papa, não se
devem temer a bondade e a caridade, que geram uma sociedade pacífica, capaz de
multiplicar as forças e de enfrentar os problemas com seriedade, com mais
dignidade e respeito por todos.
Maria Salus Populi Romani
Francisco confiou todos os
administradores à proteção de Maria Salus Populi Romani e dos santos padroeiros
Pedro e Paulo. “Que vocês possam ser concordes a serviço desta amada Cidade, na
qual o Senhor me chamou a desempenhar meu ministério episcopal.”
Antes
de o Papa regressar ao Vaticano, houve ainda a troca de presentes, a saudação
aos residentes e aos funcionários da prefeitura.
Fonte: Vatican News
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