Juventude
não é passividade, mas um esforço tenaz para alcançar metas importantes, mesmo
se custam; não é fechar os olhos diante das dificuldades, mas rejeitar a
mediocridade; não é evasão ou fuga, mas um compromisso de solidariedade com
todos, sobretudo com os mais frágeis: disse o Papa aos alunos do Colégio
Barbarigo de Pádua
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Santo Padre recebeu, na manhã deste
sábado (23/3), na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de 1.150 membros do Colégio
Barbarigo de Pádua, nordeste da Itália.
O Colégio Barbarigo ou Instituto
Episcopal Gregório Barbarigo é uma escola católica, fundada em 1919, na cidade
de Pádua, que recebe o nome do então Bispo da cidade, São Gregório Barbarigo.
A escola é paritária e compreende
ensino Médio e Superior, como liceu clássico e científico, ciências e
contabilidade. O Instituto Episcopal Barbarigo está sob a direção da Diocese de
Pádua.
Alguns representantes dos numerosos
estudantes, professores e religiosos da Escola, presentes na audiência
pontifícia, dirigiram algumas perguntas ao Papa Francisco, que respondeu de
forma espontânea.
Sofia, da III Série, perguntou ao Papa:
O senhor poderia nos ajudar a
entender qual o nosso ponto de referência ao escolher uma escola? Em quem
podemos realmente confiar?
Papa Francisco: “O principal ponto de referência é você
mesma, sua juventude, seu entusiasmo típico, que nunca deve se extinguir.
Juventude não é passividade, mas um esforço tenaz para alcançar metas
importantes, mesmo se custam; não é fechar os olhos diante das dificuldades,
mas rejeitar a mediocridade; não é evasão ou fuga, mas um compromisso de
solidariedade com todos, sobretudo com os mais frágeis. A Igreja conta com
vocês, que são generosos e capazes de melhores impulsos e de sacrifícios mais
nobres. Por isso, seus professores, sacerdotes e educadores, podem ajudá-los a
não se isolar, mas a encorajá-los a estar sempre unidos e a alcançar juntos
metas importantes em suas vidas. Também os pais têm um papel central na sua
formação e escolhas: eles são primeiros educadores, especialmente no que diz
respeito à fé; sua família é abençoada por Deus e tem a missão de educar seus
filhos e a ajudá-los a fazer escolhas corajosas”.
Outro estudante, Aldo, de
Ensino Superior, disse ao Papa que na Escola Barbarigo, além de estudar, os
alunos se confrontam com as grandes questões existenciais: a verdade, a
justiça, a beleza, que lhes permitem servir os outros; seus educadores buscam
levá-los a conhecer Jesus, não obstante Ele já esteja presente na história de
cada um. Por isso, Aldo perguntou: quando o senhor tinha a nossa idade,
encontrou as mesmas dificuldades, também no âmbito da fé? Quem o ajudou a
encontrar respostas para tais questões?
Papa. Francisco: “É uma ótima oportunidade frequentar uma
escola onde são abordadas questões sobre o sentido da vida, se confronta
cultura e vida e se busca a verdade, o bem e a justiça. A escola é um ótimo
recurso. Uma escola católica não faz "doutrinação", mas levanta
questões e dá boas respostas. É um processo de treinamento que funciona. Porém,
este processo não deve ser apenas teórico, mas também prático, resultado de
experiências. Vocês têm sorte porque entre elas há também há as experiências
cristãs, em contato com o Evangelho. Este é um dom inestimável, que produzirá
muitos frutos se as acolherem com o coração e a mente”.
Enfim, outro estudante, João,
também de Ensino Superior, expressou a Francisco sua decisão de fazer escolhas
importantes para seu futuro. O estudante foi educado a abrir sua mente e
coração, a não ter medo de se dedicar aos outros. Porém, diante da sua escolha
de vida, se sente sozinho e perdido no contexto atual feito de incertezas. Por
isso, perguntou ao Papa: o que o senhor aconselharia a um jovem a se preparar
para enfrentar o futuro com responsabilidade e paixão? Como posso saber qual o
desígnio de Deus para mim?
Papa
Francisco: “Deus confia a vocês,
jovens, uma tarefa decisiva para enfrentar os desafios do nosso tempo, que são,
certamente, desafios materiais, mas que dizem respeito à visão do homem. De
fato, além dos problemas econômicos, da dificuldade de encontrar emprego e da
consequente incerteza pelo futuro, há a crise de valores morais e a perda do
sentido da vida. Diante dessa situação crítica, alguém poderia ceder à tentação
de fuga, de evasão, fechando-se em um isolamento egoísta, refugiando-se nas
bebidas alcoólicas, nas drogas, nas ideologias que pregam o ódio e a violência.
Quem não conhece esta realidade? Por isso, encorajo-os a não desanimar, a terem
certeza da sua vida cristã, a pertencer a uma sociedade mais fraterna e
acolhedora. Vocês, jovens, são a força da Igreja e da sociedade. Vocês têm a
missão de salvar a esperança no futuro, a se prepararem para o futuro em um
clima social e humano mais digno; a esperança de viver em um mundo mais fraterno,
mais justo e pacífico, mais sincero, mais humano”.
Fonte: Vatican News
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