Durante a missa celebrada
na Casa Santa Marta, o Papa fala da misericórdia de Deus e oferece conselhos
para viver plenamente o tempo da Quaresma.
Barbara Castelli – Cidade
do Vaticano
Não julgar os outros, não
condenar e perdoar: deste modo, se imita a misericórdia do Pai. Na missa
celebrada na Casa Santa Marta (18/03), o Papa Francisco recordou a todos que na
vida, para não errar, é preciso “imitar Deus”, “caminhar diante dos olhos do
Pai”. Partindo do Evangelho do dia, extraído de Lucas (Lc 6,36-38), o Pontífice
falou antes de mais sobre a misericórdia de Deus, capaz de perdoar as ações
mais “graves”.
A
misericórdia de Deus é algo tão grande, tão grande. Não nos esqueçamos disto.
Quantas pessoas [dizem]: “Eu fiz coisas tão graves. Eu comprei meu lugar no
inferno, não poderei voltar atrás”. Mas pense na misericórdia de Deus, não?
Recordemos aquela história da pobre viúva que foi se confessar com o cura d’Ars
(o marido tinha se suicidado; tinha se lançado da ponte num rio, não?). E
chorava. Disse: “Mas eu sou uma pecadora, coitada. Mas coitado do meu marido!
Está no inferno! Ele se suicidou e o suicídio é um pecado mortal. Está no
inferno”. E o cura d’Ars disse: “Mas espere senhora, porque da ponte até o rio
existe a misericórdia de Deus”. Mas até o fim, até o fim, há a misericórdia de
Deus.
Bons hábitos na Quaresma
Para colocar-se no sulco da misericórdia, Jesus indica conselhos
práticos. Antes de tudo, não julgar: um péssimo costume do qual abster-se,
sobretudo neste tempo de Quaresma.
É
um hábito que se infiltra na nossa vida sem que percebamos. Sempre! Até mesmo
para começar uma conversa, não? “Mas você viu aquela pessoa o que fez?”. O
julgamento sobre o outro. Pensemos quantas vezes por dia nós julgamos. Mas por
favor! Parecemos todos juízes, não! Todos. Mas sempre para começar uma
conversa, um comentário a respeito do outro, julgam: “Mas olha, fez uma plástica!
Está pior do que antes”. O julgamento.
Depois, perdoar, mesmo que seja “tão difícil”, porque as nossas
ações dão “a medida a Deus de como deve fazer conosco”.
Mantenhamos os bolsos abertos
Na homilia, o Papa convidou todos a aprender a sabedoria da
generosidade, via mestra para renunciar às “fofocas”, em que “julgamos
continuamente, condenamos continuamente e dificilmente perdoamos”.
O
Senhor nos ensina: “Dai”. “Dai e vos será dado”: sejam generosos em doar. Não
tenham os bolsos fechados; sejam generosos em doar aos pobres, àqueles que
precisam e dar também tantas coisas: dar conselhos, dar sorrisos às pessoas,
sorrir. Sempre dar, dar. “Dai e vos será dado. E vos será dado numa boa medida,
calcada, sacudida, transbordante”, porque o Senhor será generoso: nós somos um
e Ele nos dará cem de tudo aquilo que nós damos. E esta é a atitude que blinda
o não julgamento, o não condenar e o perdoar. A importância da esmola, mas não
só a esmola material, mas também a esmola espiritual; dedicar tempo a quem precisa,
visitar um doente, sorrir.
Fonte: VaticanNews
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