Alessandro Gisotti, Diretor da Sala
de Imprensa do Vaticano. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Vaticano, (ACI).- Nesta quarta-feira,
13 de março, o Papa Francisco completará seis anos como Pontífice. Este
aniversário acontecerá enquanto se encontra em exercícios espirituais junto com
a Cúria Romana.
Por ocasião deste aniversário,
Alessandro Gisotti, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé desde dezembro de
2018, concedeu uma entrevista a Vatican News na qual analisa alguns dos
principais marcos do pontificado de Francisco.
Migrantes
Gisotti destacou a preocupação do
Papa com os migrantes ao longo de todo o seu pontificado: "O Papa mostra
que os migrantes são pessoas e não cifras. E o faz porque tem uma atenção
constante sobre eles, enquanto vemos que, infelizmente e frequentemente, a
mídia se ocupa de migrantes quando tem uma crise grave, o naufrágio de um navio
ou situações de emergência por causa de uma guerra".
"Além da sua primeira viagem a
Lampedusa (Itália)", onde foi logo após sua eleição como pontífice para
consolar os migrantes que naquela ocasião chegavam em massa a esta ilha
italiana, depois “seguiram muitíssimos gestos de proximidade aos
migrantes".
Neste contexto, fará sua próxima
viagem ao Marrocos (30 e 31 de março), onde visitará um centro de Caritas para
os migrantes. Também em sua próxima viagem à Bulgária e à República da
Macedônia do Norte, de 5 a 7 de maio, visitará um campo de refugiados.
Reconciliação
O Diretor da Sala de Imprensa também
se referiu ao envolvimento de Francisco nos diferentes processos de paz e
reconciliação no mundo.
Especificamente, falou sobre sua
recente viagem aos Emirados Árabes Unidos, de 3 a 5 de fevereiro, onde assinou
com o Grão-Imã de Al-Azhar, a mais alta autoridade religiosa islâmica sunita,
uma "Declaração Comum sobre a Fraternidade Humana”.
Essa Declaração "é um gesto
profético e corajoso do qual, certamente, já recolhemos os frutos, mas os
recolheremos também no futuro".
"O tema do diálogo é algo que
está no coração do Papa e o vê sempre com este binômio diálogo-amizade. Nunca é
um diálogo como uma finalidade específica, mas é um diálogo que nasce do
encontro", explicou.
Proteção de menores
Na entrevista, Alessandro Gisotti
também valorizou o encontro sobre a proteção de menores que aconteceu no
Vaticano de 21 a 24 de fevereiro.
"Foi um encontro necessário.
Eram muitos a ter dúvidas que fosse o caso oportuno de manter esse encontro,
enquanto o Papa, a esse respeito, deu demonstração de coragem e, inclusive, na
minha opinião, de uma coragem profética porque, pela primeira vez – diante de
um escândalo terrível que coloca em risco não somente a credibilidade, mas, por
alguns aspectos, a própria missão da Igreja – quis
convocar todos os presidentes dos episcopados”.
Um Papa sereno
Perguntado sobre qual aspecto mais o
marcou sobre o Papa Francisco nestes dois meses e meio como Diretor Interino da
Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti declarou categoricamente que
"sua serenidade".
"Nós, obviamente, vivemos e não
podemos esconder – o próprio Papa não esconde – um momento muito delicado, em
especial, justamente pelo escândalo terrível dos abusos. Todavia, mesmo com
essa grande consciência e também com essa coragem em enfrentar tal situação,
Francisco não perde a calma, a serenidade", assegurou.
Na verdade, disse, "vendo-o
inclusive nos momentos privados, me tocou, por exemplo, vê-lo bem próximo
rezando, se vê realmente um homem em paz. É uma paz que obviamente não vem do
mundo, mas que provém de Deus”.
Fonte:
ACI Digital

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