Na
catequese desta quarta-feira, o Pontífice começou a analisar a segunda parte da
oração do Pai-Nosso, em que apresentamos a Deus as nossas necessidades. E a
súplica analisada foi: o pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
Alimento não é propriedade privada,
mas providência a compartilhar, com a graça de Deus: palavras do Papa Francisco
na Audiência Geral desta quarta-feira, na Praça São Pedro.
Na
catequese, o Pontífice começou a analisar a segunda parte da oração do Pai-Nosso,
aquela em que apresentamos a Deus as nossas necessidades. E a súplica analisada
foi: o pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Jesus não está indiferente
Esta oração provém de uma evidência que frequentemente
esquecemos, isto é, de que não somos criaturas autossuficientes e que
precisamos nos nutrir todos os dias. Jesus não exige súplicas refinadas.
Nos Evangelhos, há uma multidão de mendigos que suplicam libertação e salvação:
há quem pede pão, cura, purificação, a visão... Jesus jamais passa indiferente
ao lado desses pedidos e dores.
Jesus, portanto, nos ensina a pedir o pão cotidiano:
“
Quantas mães e pais, ainda hoje, vão dormir com o tormento de não ter no dia
seguinte pão suficiente para os próprios filhos! Imaginemos esta oração rezada
não na segurança de um cômodo apartamento, mas na precariedade de um quarto
onde as pessoas se adaptam, onde falta o necessário para viver. As palavras de
Jesus assumem uma força nova. ”
A oração cristã começa deste nível. Não é um exercício para
ascetas, mas parte da realidade, do coração, da carne de pessoas que estão na
necessidade.
Nem mesmo os mais altos místicos cristãos podem prescindir da
simplicidade deste pedido: e o pão significa também água, remédio, casa,
trabalho... O pão que o cristão pede na oração não é o “meu”, mas o “nosso”.
Jesus quer assim. Ele nos ensina a pedi-lo não só para si mesmo, mas para toda
a fraternidade do mundo. Se não for rezado assim, o “Pai-Nosso deixa de ser uma
oração cristã. Se Deus é nosso Pai, como podemos nos apresentar a Ele senão de
mãos dadas?”
Empatia e solidariedade
E se o pão que Ele nos dá o roubamos entre nós, como podemos
declarar-nos seus filhos? Esta invocação contém uma atitude de empatia e de
solidariedade. Na minha fome sinto a fome das multidões, e então rezarei a Deus
até que o pedido não seja realizado.
Francisco convidou os fiéis a pensarem nas crianças famintas nos
países que estão em guerra:
“
Crianças famintas no Iêmen, na Síria, em muitos países onde não há pão, no
Sudão do Sul. Pensemos nessas crianças e vamos rezar juntos: Pai, nos dai hoje
o pão nosso de cada dia. ”
Alimento não é propriedade privada
Jesus nos educa a pedir a Deus as necessidades de todos e nos
repreende o fato de não estarmos acostumados a dividir o pão com quem está
próximo de nós.
“Era um pão entregue a toda a humanidade e, ao invés, foi
consumido somente por alguns: o amor não pode tolerar isto. O amor de Deus
também não pode tolerar este egoísmo”, disse o Papa, acrescentando:
“
Alimento não é propriedade privada, vamos colocar isso na cabeça, mas
providência a compartilhar, com a graça de Deus. ”
Ao multiplicar os pães e peixes, Jesus realiza o milagre da
compartilha. Ele próprio, multiplicando aquele pão oferecido, antecipou a
oferta de Si no Pão eucarístico. De fato, somente a Eucaristia é capaz de
saciar a fome de infinito e o desejo de Deus que anima o homem, inclusive na
busca do pão cotidiano.
Veja um trecho da catequese do Santo Padre
Fonte Vatican News

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