Dom José
Antonio Apareido Tosi Marques, arcebispo de Fortaleza, lançou hoje, dia 7 de março, às
9 horas da manhã, no Centro de Pastoral “Maria, Mãe da Igreja”, a Campanha da
Fraternidade 2019, que tem como tema: “Fraternidade e Políticas Públicas” e
como lema: “Serás libertado pelo direito e pela Justiça” (Is 1, 27).
O
evento foi iniciado com a oração da Campanha, conduzida pelo padre Ivan, pároco
do Santuário de Nossa Senhora de Fátima e, em seguida, dom José Antonio fez uma
explanação sobre a CF 2019, para depois ler a mensagem do papa Francisco enviou
especialmente para a abertura da Quaresma e da Campanha da Fraternidade.
Confira
abaixo a íntegra da mensagem do papa Francisco à Campanha da Fraternidade
Queridos irmãos e irmãs do Brasil!
Com o início da Quaresma, somos convidados a preparar-nos, através das
práticas penitenciais do jejum, da esmola e da oração, para a celebração da
vitória do Senhor Jesus sobre o pecado e a morte. Para inspirar, iluminar e
integrar tais práticas como componentes de um caminho pessoal e comunitário em
direção à Páscoa de Cristo, a Campanha da Fraternidade propõe aos cristãos
brasileiros o horizonte das “políticas públicas”.
Muito embora aquilo que se entende por política pública seja
primordialmente uma responsabilidade do Estado cuja finalidade é garantir o bem
comum dos cidadãos, todas as pessoas e instituições devem se sentir
protagonistas das iniciativas e ações que promovam «o conjunto das condições de
vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais
plena e facilmente a própria perfeição» (Gaudium et spes,
74).
Cientes disso, os cristãos – inspirados pelo lema desta Campanha da
Fraternidade «Serás libertado pelo direito e pela justiça» (Is 1,28) e seguindo o exemplo do divino Mestre que
“não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28) –
devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma concreta de
amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna baseada no
direito e na justiça. De fato, como lembra o Documento de Aparecida, «são os
leigos de nosso continente, conscientes de sua chamada à santidade em virtude
de sua vocação batismal, os que têm de atuar à maneira de um fermento na massa
para construir uma cidade temporal que esteja de acordo com o projeto de Deus»
(n. 505).
De modo especial, àqueles que se dedicam formalmente à política – à que
os Pontífices, a partir de Pio XII, se referiram como uma «nobre forma de
caridade» (cf. Papa Francisco, Mensagem ao Congresso
organizado pela CAL-CELAM, 1/XII/2017) – requer-se que vivam «com
paixão o seu serviço aos povos, vibrando com as fibras íntimas do seu etos e da sua cultura, solidários com os seus
sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus
interesses privados, que não se deixem intimidar pelos grandes poderes
financeiros e mediáticos, sendo competentes e pacientes face a problemas
complexos, sendo abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático,
conjugando a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação» (ibid.).
Refletindo e rezando as políticas públicas com a graça do Espírito
Santo, faço votos, queridos irmãos e irmãs, que o caminho quaresmal deste ano,
à luz das propostas da Campanha da Fraternidade, ajude todos os cristãos a
terem os olhos e o coração abertos para que possam ver nos irmãos mais
necessitados a “carne de Cristo” que espera «ser reconhecido, tocado e
assistido cuidadosamente por nós» (Bula Misericórdia vultus, 15).
Assim a força renovadora e transformadora da Ressurreição poderá alcançar a
todos fazendo do Brasil uma nação mais fraterna e justa. E para lhes confirmar
nesses propósitos, confiados na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, de
coração envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem
de rezar por mim.
Vaticano, 11 de fevereiro de 2019.
[Franciscus PP.]
PALESTRANTES
Depois
de Dom José Antonio, o padre Moésio Pereira de Sousa, que é doutor em Teologia
Moral pela Academia Afonsina de Roma, justificou o tema da Campanha, com base
em várias citações bíblicas do Antigo e do Novo Testamento.
O
professor Rafael dos Santos da Silva, da Universidade Federal do Ceará e membro
do observatório de Políticas Públicas e graduado em Administração Pública e
doutorando em Sociologia pela Universidade de Coimbra, expôs as ações públicas
do País, Ceará e Fortaleza e no final fez uma indagação “As Políticas Públicas
estão contribuindo para a Fraternidade?”.
A
advogada Lívia Maria Xerez de Azevedo e membro da Pastoral do Migrante, que
aproveitou a ocasião para mostrar a atuação daquela pastoral católica,
inclusive levando para a coletiva de imprensa quase um dezena de jovens africanos.
Rosélia
Follman, coordenadora arquidiocesana da Campanha da Fraternidade mostrou o
balanço e aplicação dos recursos da CF 2018, começando com uma pergunta “Para
onde foram os recursos da Coleta da Solidariedade?” que neste ano será no dia
14 de abril.
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