Papa Francisco durante a Audiência
Geral. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Vaticano, 20 Fev. 19 / 09:31 am (ACI).- Durante a Audiência
Geral desta quarta-feira, 20 de fevereiro, o Papa Francisco advertiu que,
durante a oração, “não se pode rezar como papagaios” e destacou que "ou se
entra no mistério, na consciência de que Deus é seu Pai, ou não reze".
O Papa destacou o mistério da oração
do Pai-Nosso e recordou que "o primeiro passo de toda oração cristã é
entrar em um mistério: o da paternidade de Deus".
"Para entender em que medida
Deus é nosso pai, devemos pensar na figura de nossos pais, mas, na medida do
possível, devemos refiná-la, purificá-la". Neste ponto, observou que
"nenhum de nós teve pais perfeitos, assim como nunca seremos pais ou
pastores perfeitos".
Afirmou que "vivemos nossas
relações de amor sempre sob o signo de nossos limites e também de nosso
egoísmo, motivo pelo qual, são frequentemente poluídas por desejos de posse ou
manipulação do outro". Assim, "às vezes, as declarações de amor são transformadas
em sentimentos de raiva e hostilidade".
Por esta razão, "quando falamos
de Deus como 'pai', pensando na imagem de nossos pais, especialmente se eles
realmente nos amaram, devemos ir além". "Os homens e as mulheres são
eternamente mendigos de amor – somos mendigos de amor, temos necessidade de
amor – procurando um lugar onde serem finalmente amados, mas não o encontram.
Quantas amizades e quantos amores desiludidos existem no nosso mundo,
quantos!".
Também chamou a atenção para a
ambivalência do amor humano, "capaz de florescer e viver forte em um
momento do dia e imediatamente após, murchar e morrer".
Muitas vezes, "nosso amor é uma
promessa que se esforça para permanecer, uma tentativa que logo seca e evapora,
um pouco como quando o sol sai de manhã e faz desaparecer o orvalho da
noite".
"Quantas vezes nós, homens,
amamos desta maneira tão fraca e intermitente. Todos temos esta experiência.
Acabou aquele amor ou ficou muito fraco. Todos nós temos esta experiência.
Desejosos de querer bem, nos deparamos com nossos limites, com a pobreza de
nossas forças: incapazes de manter uma promessa que nos dias de graça parecia
fácil de cumprir”.
Contudo, "existe outro amor,
aquele do Pai que está nos céus. Ninguém deve duvidar de ser destinatário desse
amor. Ele nos ama, 'Ele me ama', poderíamos dizer. Ainda que nosso pai e nossa
mãe – uma hipótese histórica – não tivessem nos amado, existe um Deus no céu
que nos ama como ninguém na terra jamais o fez ou poderia fazê-lo. O amor de
Deus é constante, sempre!".
"Portanto – concluiu o Papa
Francisco sua catequese – não tenha medo! Nenhum de nós está sozinho. E mesmo
que por infelicidade teu pai terreno tenha se esquecido de ti, e ficaste
ressentido com ele, não te é negada a experiência fundamental da fé cristã: a
de saber que tu és filho muito amado de Deus".
Fonte:
ACI Digital
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