O
Papa Francisco recebeu os membros da Academia Alfonsiana, que celebra 70 anos
de sua fundação. Desde 1960 a Academia faz parte da Faculdade de Teologia da
Pontifícia Universidade Lateranense com Curso Superior e Doutorado em Teologia
Moral.
Jane Nogara - Cidade do Vaticano
Em
seu discurso, na manhã deste sábado (09/02) ao falar sobre o Instituto
inspirado no seu padroeiro celeste Santo Afonso de Liguori, o Papa disse: “O
específico setor teológico que identifica a Academia Alfonsiana é o do saber
moral, à qual compete a difícil mas indispensável tarefa de fazer encontrar e
acolher Cristo na concretude da vida diária”.
Ao
falar sobre os 70 anos da academia recorda aos presentes que:
“
A celebração do aniversário de uma instituição como esta, não pode se limitar
às recordações do foi feito, mas deve, principalmente, levar a olhar adiante e
reencontrar entusiasmo na missão, e fazer passos corajosos para responder
melhor às expectativas do povo de Deus ”
E isso deve ser feito no âmbito da “corajosa revolução cultural”
presente na Constituição Apostólica Veritatis Gaudium. Os
institutos universitários e faculdades eclesiásticas devem ser o exemplo de uma
igreja “em saída” para “dialogar em todos os campos”, também é necessário criar
uma rede com instituições eclesiais e acadêmicas de todo o mundo para “propor
oportunas e realistas possibilidades de resolução” a “problemas de grande
importância histórica que hoje afligem a humanidade”.
Concretude
na afirmação
Por isso, afirma Francisco “A fidelidade às raízes do Instituto
Alfonsiano pede agora a todos vocês um compromisso com mais convicção e
generoso para uma teologia moral animada pela tensão missionária da Igreja “em
saída”. Evitando posições cômodas de escola ou de juízos “longe de situações
concretas e das efetivas possibilidades das pessoas e das famílias”. Sem
idealizações excessivas, recorda Francisco, “mas se nos colocarmos na escuta
respeitosa da realidade procurando juntos discernir os sinais da presença do
Espírito, que gera libertação e novas possibilidades, poderemos ajudar todos a
caminhar com alegria no caminho do bem”.
“As realidades a serem ouvidas são principalmente os sofrimentos
e as esperanças dos que por causa das muitas versões do poder do pecado
continuam condenados à insegurança, à pobreza e à marginalização.
Não se trata de um mundo a ser condenado, prossegue o Papa, mas
“a ser curado e libertado”. Imitando a ação de Cristo, com misericórdia. O
ensinamento da teologia moral deve encorajar os valores mais altos do
Evangelho, como a caridade. Deve também apostar na libertação da lei do pecado
e da morte; uma liberdade que jamais pode ser indiferença para com os mais
necessitados.
Superação
dos individualismos
“Criar uma rede mundial”, sugeriu o Santo Padre, porque um mundo
unido facilita a superação dos interesses privados, criando espaços para
enfrentar juntos os “novos desafios” da sociedade. O Papa fala sobre o domínio
crescente da lógica da competitividade, da lei do mais forte, pela pouca
consideração pelo ser humano, muitas vezes reduzido a bem de consumo
descartável.
Francisco sublinha também a emergência ecológica:
“
O mesmo se deve dizer pelo grito da terra, violentada e ferida de todos os
modos pela exploração egoísta. A dimensão ecológica é um elemento
imprescindível da responsabilidade de cada pessoa e de cada nação. A teologia
moral deve assumir a urgência de participar com convicção a um esforço comum
pelo cuidado da casa comum através de meios praticáveis de desenvolvimento
integral ”
Por fim o Papa pede uma teologia moral que não hesite em “sujar
as mãos” com a concretude dos problemas, testemunhando com franqueza o Cristo
“caminho verdade e vida”.
Fonte: Vatican News
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