CARACAS, 24 Jan. 19 / 03:30 pm (ACI).-
A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) advertiu na quarta-feira, 23 de
janeiro, que as tropas do Exército cercaram a Catedral de Maturín, onde
centenas de pessoas se refugiaram, entre as quais manifestantes da oposição,
sacerdotes e seminaristas.
O alerta foi dado pelo CEV através de
sua conta no Twitter. "Dom Enrique Pérez Lavado relata que estão presos na
Catedral de Maturín com seminaristas, sacerdotes e cerca de 700 pessoas que
participam da manifestação. Estão sitiados, eles tentam entrar de maneira
violenta", indicou na tarde de 23 de janeiro.
Minutos depois, informou que soldados
tinham cercado o templo com mais de mil opositores dentro. "O Exército
Nacional Bolivariano está nas entradas da Catedral de Nossa Senhora do Carmo de Maturín, onde
se encontram mais de mil pessoas da oposição".
Informou a ‘Radio Fe y Alegria’ em
sua conta no Twitter, dentro da catedral também havia pessoas ligadas ao
governo. A emissora informou que Pe. Samael Gamboa negociou com as autoridades
de segurança a saída por grupos "para garantir seus Direitos
Humanos".
A mídia local indicou que os eventos
ocorreram em meio a manifestações contra o governo que ocorrem em todo o país.
As pessoas se refugiaram na catedral devido à repressão das forças de segurança
do regime e dos grupos pró-governo.
Durante os protestos, um grupo de
manifestantes incendiou a sede do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV),
de Maturín.
"Depois de mais de três horas
presos dentro da Catedral de Maturín, o grupo de partidários da oposição começa
a sair" às 17h, informou a ‘Radio Fe y Alegria’.
A Assembleia Nacional, que conta com
maioria da oposição, mas que não é reconhecida pelo regime, convocou uma
manifestação para quarta-feira, 23, quando se comemorou 61 anos da derrubada da
ditadura do general Marcos Pérez Jiménez, que depois fugiu para a República
Dominicana.
Além disso, em uma cerimônia pública
o presidente da Assembleia Legislativa, Juan Guaidó, se autoproclamou
"Presidente interino da Venezuela" para “conseguir o cessar da
usurpação, um governo de transição e ter eleições livres".
Em seguida, o presidente dos EUA,
Donald Trump anunciou que reconhece "oficialmente o presidente da
Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino"
da Venezuela.
O Secretário-Geral da Organização dos
Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, também expressou seu apoio ao líder da
oposição. "Ele tem todo o nosso reconhecimento para impulsionar o retorno
do país à democracia", escreveu no Twitter.
A imprensa internacional relatou que
os governos de, Brasil, Colômbia, Peru, Equador e Costa Rica anunciaram em
Davos (Suíça) que também reconhecem Juan Guaidó como "presidente da
Venezuela". O anúncio foi feito depois de uma reunião que tiveram seus
representantes por ocasião da Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial que se
realiza no país europeu.
Fonte:
ACI Digital
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