Os
bispos poloneses divulgaram uma mensagem pela morte do prefeito de Gdańsk,
Paweł Adamowicz, morto a facadas na noite de domingo (13/01) enquanto
participava de uma famosa manifestação beneficente. O político veio a falecer
um dia depois. Card. Nycz: “o ódio não leva a lugar nenhum”.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O presidente dos bispos poloneses,
Dom Stanisław Gądecki, em nome da Conferência Episcopal, prestou solidariedade
à família do prefeito de Gdańsk assassinado na noite de domingo (13/01). Paweł
Adamowicz foi esfaqueado enquanto participava de uma famosa manifestação
beneficente. O político veio a falecer um dia depois.
Dom Stanisław disse que “o atentado
ao prefeito e a sua morte abalaram toda a sociedade polonesa, os crentes e
não-crentes, pessoas de diversas opiniões políticas e sociais”. Ao advertir
para que a tragédia não seja instrumentalizada para fins políticos, o bispo
sublinhou que, num momento difícil como esse, todos precisam “de unidade e
comunhão, oração e reflexão comum para que jamais seja repetida uma tragédia
assim”.
Card. Nycz: ódio não leva a lugar
nenhum
O arcebispo de Varsóvia, Cardeal
Kazimierz Nycz, ao celebrar a missa em memória do prefeito assassinado, na
catedral local, afirmou que “o ódio e a sua propagação não levam a lugar
nenhum”. Que a morte de Paweł, disse o cardeal, “seja uma chamada ao exame de
consciência, sobretudo em relação ao amor fraterno e às atividades sociais dos
políticos, dos agentes dos meios de comunicação, mas também da Igreja”. O
presidente da Polônia, Andrzej Duda, e o primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki,
também participaram da cerimônia.
Solidariedade unânime dos políticos
Os representantes políticos da
Polônia também se uniram para prestar solidariedade, muitos através das redes
sociais. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pelo Twitter, escreveu:
“não te esquecerei jamais”. Já o presidente do país se uniu “em oração a todos
os familiares, amigos e a todas as pessoas de boa vontade”, recordando que “a
desavença e a violência levaram ao mais trágico e doloroso resultado possível
do qual não podemos nos conformar”.
O culpado do homicídio
Segundo informa a Agência de Notícias
SIR, Stefan Wilmont, de 27 anos, foi quem cometeu o homicídio. Ele saiu da
prisão em dezembro de 2018, depois de cinco anos cumprindo pena por roubo.
Os investigadores negam que a
tragédia esteja ligada a questões políticas, mas muitos observadores acreditam
que o gesto do acusado, que já foi internado para tratamento psiquiátrico,
poderia ter sido condicionado pelo crescente clima de tensão social e violência
verbal atualmente presente no debate político na Polônia.
Na
manhã desta terça-feira (13/01), outras três pessoas foram presas acusadas de
tentar “cometer outros homicídios” e de ameaçar o presidente da Polônia e os
prefeitos de Poznań e Breslávia.
Fonte: Vatican News
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