Na Festa do Batismo do
Senhro, o Papa presidiu à Celebração Eucarística na Capela Sistina com o Rito
do Batismo de 27 crianças. Francisco destacou o papel dos pais na transmissão
da fé, pedindo também a eles para nunca brigarem diante das crianças.
Jackson Erpen – Cidade do
Vaticano
Um sinfonia diferente na
Capela Sistina na manhã deste domingo, Festa do Batismo do Senhor, uniu
às vozes do Coral Pontifício o choro e o balbuciar das crianças que receberam o
Batismo. Eram 27, acompanhadas pelos pais, padrinhos e madrinhas.
Em sua breve homilia,
pronunciada de forma espontânea, o Papa enfatizou a importância do testemunho
dos pais na transmissão da fé: É em casa que a fé é transmitida!
“Vocês pedem a fé à Igreja para
os filhos de vocês. E hoje eles receberão o Espírito Santo, o dom da fé em seus
corações, na sua alma. Mas esta fé, depois, deve se desenvolver, crescer”.
Papel dos pais na transmissão da fé
Mas antes de estudar a fé
na Catequese que as crianças frequentarão mais adiante – chamou a atenção
Francisco – “a fé é transmitida. E este é um trabalho que diz respeito a
vocês. É uma missão que vocês recebem hoje. Transmitir a fé. A transmissão da
fé e isso se faz em casa. Porque a fé é sempre transmitida em dialeto, o dialeto
da família, o dialeto da casa, no ambiente da casa.”
A missão dos pais,
portanto, é “transmitir a fé com o exemplo, com as palavras, ensinando a fazer
o sinal da cruz, acrescentou. E isso é importante. Há crianças que não sabem
fazer o sinal da cruz (…). Mas o importante, é transmitir a fé com a vida
de fé de vocês. Que vejam o amor dos cônjuges, que vejam a paz da casa,
que vejam que Jesus está ali”.
Nunca brigar diante das crianças
Francisco então, dá um
conselho aos pais:
“Nunca briguem diante das
crianças. Nunca! É normal que os esposos briguem, é normal! Seria estranho se
não. Mas façam de forma que eles não ouçam, não vejam. Vocês não sabem a
angústia que tem uma criança quando vê os pais brigarem! Permitam-me este conselho,
que ajudará vocês a transmitir a fé (…)”.
“É ruim brigar?”, pergunta
o Papa. “Nem sempre. É normal, é normal”, responde. “Mas que as crianças não
vejam, não escutem, pela angústia”, insiste.
“Mas tenham em mente
isto”, reiterou o Pontífice: “A missão de vocês é transmitir a fé a eles,
transmiti-la em casa, porque ali se aprende a fé. Depois se estuda na
catequese”.
Deixando todos bem à
vontade no recinto adornado com afrescos de Michelangelo, Rafael, Perugino e
Sandro Botticelli, Francisco disse às mães para não se constrangerem em
amamentar as crianças:
“Vocês sabem que as crianças se
sentem hoje em um ambiente que é estranho: muito calor, estão cobertas. E
sentem o ar abafado – isto por primeiro – e depois choram porque tem fome, tem
fome. E um terceiro motivo do choro é o “choro preventivo”. Como algo estranho,
não? Não sabem o que acontecerá, “mas primeiro eu choro e depois vejamos…”. É
uma defesa. Eu digo para vocês: que estejam acomodados. Cuidem para cobri-los
muito, e se choram de fome, amamentem eles. Digo às mães: “Amamentem as
crianças, tranquilas, o Senhor quer isto”. Porque eles – onde está o perigo?” –
também têm uma vocação polifônica. Um começa a chorar, e o outro faz o
contraponto, e o outro, e depois isto se torna um coral de choro. E assim
sigamos em frente com esta cerimônia em paz, com a consciência que cabe a vocês
a transmissão da fé”.
Fonte: Vatican News
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