Papa Francisco acompanhado pelo
presidente do Panamá Juan Carlos Varela – Foto: Captura de vídeo
PANAMÁ, 24 Jan. 19 / 01:45 pm (ACI).- Em seu segundo dia
de visita ao Panamá, o Papa Francisco se encontrou com as autoridades civis, o
corpo diplomático e diversos representantes da sociedade do país, aos
quais exortou a mostrar aos jovens que o serviço público é sinônimo de
honestidade e não de corrupção.
O encontro aconteceu no Palácio
Bolívar, sede do Ministério das Relações Exteriores, após a cerimônia de
boas-vindas e da reunião privada com o presidente panamenho Juan Carlos Varela
no Palácio Las Garzas.
No início da cerimônia, o presidente
destacou o papel da Igreja na
história panamenha, seu testemunho aos necessitados e sua contribuição para a
educação.
Da mesma forma, Varela compartilhou
com os presentes que ele recebeu formação dos jesuítas e destacou a exortação
apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco. Neste documento, indicou o
presidente, o Santo Padre "manifestou o seu pedido a Deus por mais
políticos capazes e honestos e também se referiu à política como uma altíssima
vocação, sendo uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem-comum”.
“Esta mensagem transcende os confins do catolicismo”, afirmou.
Ser exemplo para os jovens
Francisco, que agradeceu as palavras
do presidente, disse às autoridades que, "com a sua alegria e entusiasmo,
com a sua liberdade, sensibilidade e capacidade crítica, as novas gerações
exigem dos adultos, especialmente de todos aqueles que detêm um papel de
liderança na vida pública,
que tenham uma conduta conforme à dignidade e autoridade de que estão revestidos
e que lhes foi confiada".
"É um convite a viver com
austeridade e transparência, na responsabilidade concreta pelos outros e pelo
mundo; uma conduta que demonstre que o serviço público é sinônimo de
honestidade e justiça contrapondo-se a qualquer forma de corrupção”, indicou.
O Papa destacou que os jovens exigem
de todos, "a começar por quantos se dizem cristãos”, "a ousadia de
construir uma vida política verdadeiramente humana, que coloque a pessoa no
centro como coração de tudo”.
Isso implica "criar uma cultura
de maior transparência entre os governos, o setor privado e toda a
população".
Em seu discurso, o Papa também
indicou que o Panamá, por causa de sua localização privilegiada,
"constitui um ponto estratégico não só para a região, mas também para o
mundo inteiro". "Cada um de vós ocupa um lugar especial na construção
da nação e é chamado a assegurar que a mesma possa cumprir a sua vocação de
terra de convocação e de encontros", assinalou.
Disse ainda que "é impossível
conceber o futuro de uma sociedade sem a participação ativa – e não apenas
nominal – de cada um dos seus membros, para que a dignidade seja reconhecida e
garantida através do acesso a uma instrução de qualidade e à promoção de um
trabalho digno".
"Estas duas realidades juntas
são capazes de ajudar a reconhecer e valorizar a genialidade e o dinamismo
criativo deste povo, e ao mesmo tempo são o melhor antídoto contra qualquer
tipo de tutela que pretenda limitar a liberdade e subjugue ou transcure a
dignidade dos cidadãos, especialmente dos mais pobres", afirmou.
JMJ Panamá 2019
O Papa destacou diante das
autoridades que estes dias o Panamá é o lar da Jornada Mundial da Juventude,
que recebe "jovens provenientes dos cinco continentes, cheios de sonhos e
esperanças", e que vêm "rezar e reavivar o desejo e o compromisso de
criar um mundo mais humano”.
"Assim, desafiarão as visões
míopes de curto alcance que, seduzidas pela resignação, a ganância, ou
prisioneiras do paradigma tecnocrático, creem que o único caminho possível
passa pelo jogo da competitividade, da especulação e da lei do mais forte, onde
o poderoso engole o mais fraco", afirmou.
Nesse sentido, disse que até o dia 27
de janeiro, quando a JMJ terminar, "seremos testemunhas da abertura de
novos canais de comunicação e compreensão, de solidariedade, criatividade e
ajuda mútua".
"Sabemos que é possível outro
mundo; e os jovens convidam-nos a envolver-nos na sua construção, para que os
sonhos não permaneçam algo de efêmero ou etéreo, para que deem impulso a um
pacto social no qual todos possam ter a oportunidade de sonhar um amanhã: o
direito ao futuro também é um direito humano", expressou.
Finalmente, Francisco agradeceu por
ter possibilitado esse encontro e expressou seu desejo de "renovada
esperança e alegria no serviço do bem comum". "Que Santa Maria la
Antigua abençoe e proteja o Panamá", concluiu.
Após o encontro com as autoridades, o
Santo Padre seguiu para a igreja de São Francisco de Assis, para se encontrar
com os bispos da
América Central. Posteriormente, no final da tarde, participará da cerimônia de
acolhida da JMJ no Campo Santa Maria la Antigua.
Fonte:
ACI Digital
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