Papa Francisco no Campo Santa Maria
la Antigua, no Panamá. Foto: Flickr JMJ Panamá 2019
PANAMÁ, (ACI).- O Papa Francisco
presidiu a Via-Sacra da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Panamá 2019. no
Campo Santa Maria la Antigua, onde ofereceu uma reflexão sobre a Virgem como a
mulher forte que sustenta, abraça e dá esperança.
Diante de centenas de milhares de
peregrinos e depois de ter meditado cada uma das estações da Via-Sacra, o Santo
Padre fez uma reflexão na qual ressaltou o papel da Mãe de Deus.
"Contemplemos Maria, mulher
forte. D’Ela, queremos aprender a ficar de pé junto da cruz. Com a sua mesma
decisão e coragem, sem evasões nem miragens. Ela soube acompanhar o sofrimento
de seu Filho, vosso Filho; apoiá-Lo com o olhar e protegê-Lo com o coração. Que
dor sofreu! Mas não A abateu. Foi a mulher forte do ‘sim’, que apoia e
acompanha, protege e abraça. É a grande guardiã da esperança", disse o
Santo Padre.
"Também nós queremos ser
uma Igreja que
apoia e acompanha, que sabe dizer: estou aqui, na vida e nas cruzes de
tantos cristos que caminham ao nosso lado".
De Maria, continuou o Papa,
"aprendemos a dizer ‘sim’ à resistência forte e constante de tantas mães,
tantos pais, avós que não cessam de apoiar e acompanhar os seus filhos e netos
quando estão com problemas".
"D’Ela, aprendemos a dizer ‘sim’
à paciência obstinada e à criatividade daqueles que não desanimam e recomeçam
do princípio nas situações em que tudo parece estar perdido, procurando criar
espaços, ambientes familiares, centros de atenção que sejam uma mão estendida
nas dificuldades".
“Em Maria – prosseguiu – aprendemos a
força para dizer ‘sim’ àqueles que não se calaram nem calam perante uma cultura
dos maus-tratos e abuso, do descrédito e agressão, e trabalham para
proporcionar oportunidades e condições de segurança e proteção".
Francisco ressaltou também que
na Virgem Maria "aprendemos
a acolher e hospedar todos aqueles que foram abandonados, que tiveram de sair
ou perder a sua terra, as raízes, a família e o emprego".
"Pai, como Maria, queremos
ser Igreja que
favoreça uma cultura que saiba acolher, proteger, promover e integrar; que não
estigmatize e, menos ainda, generalize com a condenação mais absurda e
irresponsável que é ver todo o migrante como portador de mal social".
Depois de pedir a Deus que os
cristãos sejam pessoas que acompanhem com ternura os outros, o Papa Francisco
pediu ao Senhor que ensine os fiéis a " estar ao pé da cruz, ao pé das
cruzes; despertai nesta noite os nossos olhos, o nosso coração; resgatai-nos da
paralisia e da confusão, do medo e do desespero".
"Pai, ensinai-nos a dizer: estou
aqui juntamente com o vosso Filho, juntamente com Maria e tantos discípulos amados
que desejam acolher o vosso Reino no seu coração", pediu o Pontífice.
O Papa também encorajou a não cair na
tentação da "cultura do bullying, do assédio, da intimidação, do deboche
com os frágeis".
Além disso, o Santo Padre expressou
que "a Via-Sacra do vosso Filho prolonga-se em tantos jovens e famílias
que, absorvidos numa espiral de morte por causa da droga, do álcool, da
prostituição e do tráfico humano, ficam privados não só do futuro, mas também
do presente. E, assim como repartiram as vossas vestes, Senhor, acaba
repartida, maltratada a sua dignidade".
Esta Via-Sacra, lamentou o Papa,
também "prolonga-se numa sociedade que perdeu a capacidade de chorar e
comover-se à vista do sofrimento".
Diante desta dor, o Pontífice
questionou: "E nós, Senhor, que fazemos? Como reagimos à vista de Jesus
que sofre, caminha, emigra no rosto de tantos amigos nossos, de tantos
desconhecidos que aprendemos a tornar invisíveis?".
Francisco também questionou aos
peregrinos presentes: "Nos animamos a permanecer ao pé da cruz, como
Maria?".
Esta atividade encerrou o quarto dia
da JMJ Panamá 2019. Para amanhã está programada a Missa com
a dedicação do altar da Catedral Basílica de Santa Maria la Antigua e a Vigília
com os jovens.
Fonte
ACI Digital
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