Por Walter Sánchez Silva
Cardeal Jorge Urosa. Foto Bohumil
Petrik / ACI Prensa
CARACAS, 16 Jan. 19 / 06:00 pm (ACI).- O Arcebispo Emérito
de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, assinaou que "o futuro da
Venezuela não é nada positivo" após a posse de Nicolás Maduro como
presidente do país para o mandato de 2019-2025.
"Maduro assume de fato o novo
mandato em meio a grandes problemas. Portanto, o futuro da Venezuela não é nada
positivo", disse o Cardeal Urosa ao Grupo ACI, em 13 de janeiro.
"Estamos em um momento muito
singular, porque Nicolás Maduro foi empossado como novo presidente para o
período atual, em meio a grandes polêmicas, pois enfrenta o não reconhecimento
de muitas pessoas, instituições e governos", explicou o Cardeal.
"A Conferência Episcopal
Venezuelana acaba de publicar um documento extremamente crítico a esse
respeito”, uma exortação pastoral na qual "os bispos fazemos um
chamado a todos os venezuelanos para trabalharem pela paz e resolverem os
problemas fraternalmente", acrescentou o Purpurado.
Nicolás Maduro foi empossado como
presidente da Venezuela na quinta-feira, 10 de janeiro, depois de ser reeleito
em uma votação que muitos consideram fraudulenta e que não teve a participação
dos principais representantes da oposição.
A Organização dos Estados Americanos
(OEA), o Grupo de Lima – que reúne os principais países da América Latina – e a
União Europeia não reconhecem como legítima a administração de Maduro.
O Paraguai anunciou a ruptura das
relações com a Venezuela, enquanto outros países, como o Peru, analisam essa
possibilidade.
No domingo, 13 de janeiro, o
presidente da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, Juan Guaidó, membro da
oposição, denunciou que foi sequestrado por meia hora pelas forças do governo.
Em sua opinião, isso demonstra o "desespero" do regime de Maduro.
O ministro das Comunicações, Jorge
Rodríguez, afirmou que se tratava de um procedimento irregular e unilateral.
Ele indicou que os agentes responsáveis pelo
sequestro foram demitidos e que uma investigação foi aberta.
Por sua parte, o Ministério das
Relações Exteriores da Colômbia condenou o sequestro de Guaidó, que pediu na
sexta-feira, 11 de janeiro, ajuda à comunidade internacional para assumir o
comando na Venezuela devido à ilegitimidade Maduro.
Em suas declarações ao Grupo ACI, o
Cardeal Urosa lembrou que, em sua exortação, os bispos da Venezuela dizem que a
pretensão de Maduro de assumir um novo mandato presidencial é "um pecado
que clama ao céu". "Querer manter o poder a todo custo e pretender
prolongar o fracasso e a ineficiência das últimas décadas: é moralmente
inaceitável!", advertiu o texto.
"Vivemos um regime de fato, sem
respeito às garantias previstas na Constituição e nos mais altos princípios da
dignidade do povo", acrescenta o texto dos bispos.
Por isso, ressalta o texto dos
prelados venezuelanos, "o objetivo de iniciar um novo mandato presidencial
em 10 de janeiro de 2019 é ilegítimo em sua origem, e abre uma porta ao não
reconhecimento do governo, porque carece de fundamento democrático na justiça e
no direito".
Fonte:
ACI Digital
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