Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS), em artigo publicado no site da arquidiocese manifesta seus sentimentos e desejos diante deste ano que começa. Reconhece, inicialmente, que estamos diante de uma realidade que desconhecemos: “ ‘Novo’ significa inusitado, desconhecido, ainda não experimentado. A partir da compreensão da fé, nos abrimos a uma nova etapa do tempo, com sentimentos de prosperidade, votos de felicidade e esperança de dias melhores para todos“.
Avançar
O arcebispo entende que é preciso marcar a marcha no caminho do ano que começa com um propósito claro: “podemos crer e desejar que nossa vida, durante toda a etapa vindoura, seja sustentada pela audácia e alegria de poder avançar, convocada a percorrer sendas e trilhas ainda não plenamente conhecidas, buscando novos horizontes, alimentando sonhos de dias melhores para todos“.
Ele advertiu que a celebração da terça-feira, 1º de janeiro, a Solenidade da Mãe de Deus, que também é padroeira da capital gaúcha, e em todo o mundo, foi também o “Dia Mundial da Paz”. Dom Spengler fez menção ao tema que o Papa Francisco escolheu para sua mensagem dirigida para este dia especial, “A boa política está a serviço da paz.” E afirmou: “A desejada paz é, antes de tudo, obra da justiça. Ela pressupõe a instauração de uma ordem justa, na qual todos possam realizar-se como cidadãos de uma nação onde sua dignidade seja promovida e respeitada, suas aspirações legítimas satisfeitas, o acesso à verdade reconhecido e a liberdade garantida“.
Política
“A atividade política é um meio fundamental para construir a cidadania, a justiça e consequentemente a paz“, disse ele. E recordou que na mensagem do Papa Francisco há um esclarecimento importante: “a boa política está a serviço da paz, respeita e promove os direitos humanos fundamentais, que são igualmente deveres recíprocos, para que se teça um vínculo de confiança e gratidão entre as gerações do presente e do futuro.”
Dom Spengler lembrou que neste ano de 2019, temos no Brasil um novo quadro de representantes políticos, escolhidos nas últimas eleições por meio do voto popular. E ele considera que a renovação dos cargos eletivos representa oportunidade privilegiada para resgatar a fonte e as referências que inspiram a justiça e o direito.
Bem-aventuranças dos políticos
O arcebispo de Porto Alegre enriquece sua reflexão trazendo as “bem-aventuranças do político”, propostas pelo Cardeal Van Thuan, falecido em 2002:
“Bem-aventurado o político que tem uma alta noção e uma profunda consciência de seu papel. Bem-aventurado o político de cuja pessoa irradia a credibilidade. Bem-aventurado o político que trabalha para o bem comum e não para os próprios interesses. Bem-aventurado o político que permanece fielmente coerente. Bem-aventurado o político que realiza a unidade. Bem-aventurado o político que está comprometido na realização duma mudança radical. Bem-aventurado o político que sabe escutar. Bem-aventurado o político que não tem medo”.
Dom Spengler termina o artigo concluindo: “Bem-aventurado é o nosso povo que, orientado pelos valores do Evangelho, não desanima e, unido, se dispõe a colaborar na construção de dias melhores para todos. Feliz e abençoado Ano Novo!“.
Fonte: CNBB
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