Foto: Thor. São Bonifácio e árvore de
natal / Crédito: (Wikipédia Domínio Público) - (Wikipédia Domínio Público) -
Wikipédia (CC-BY-SA-3.0-ES)
REDAÇÃO CENTRAL, 05 Dez. 18 / 04:00
am (ACI).-
Quando pensamos em um santo, talvez em um primeiro momento não consideramos que
essa pessoa seja ousada, empunhe um machado, um martelo ou que derrube árvores
como os carvalhos. Entretanto, existe um santo assim, conhecido como São
Bonifácio.
Este santo nasceu na Inglaterra por
volta do ano 680. Bonifácio ingressou em um mosteiro beneditino antes de ser
enviado pelo Papa para evangelizar os territórios que pertencem a atual a
Alemanha. Primeiro foi como um sacerdote e depois eventualmente como bispo.
Sob a proteção do grande Charles
Martel (conhecido como Carlos Magno), Bonifácio viajou por toda a Alemanha
fortalecendo as regiões que já tinham abraçado o cristianismo e levou a luz de
Cristo àqueles que ainda não o conheciam.
A respeito deste santo, o Papa Bento XVI disse
no ano 2009 que “seu incansável trabalho, seu dom para a organização e seu
caráter flexível, amigável e forte” foram fundamentais para o sucesso das suas
viagens.
O escritor Henry Van Dyke o descreveu
assim, em 1897, em seu livro The First Christmas Tree, (A primeira árvore
de natal):
“Que pessoa tão boa! Que boa pessoa! Era branco e magro, mas reto como uma
lança e forte como um cajado de carvalho. Seu rosto ainda era jovem; sua pele
suave estava bronzeada pelo sol e pelo o vento. Seus olhos cinzas, limpos e
amáveis, brilhavam como o fogo quando falava das suas aventuras e das más ações
dos falsos sacerdotes aos quais enfrentou”.
Aproximadamente no ano 723, Bonifácio
viajou com um pequeno grupo de pessoas na região da Baixa Saxônia. Ele conhecia
uma comunidade de pagãos perto de Geismar que, no meio do inverno, realizavam
um sacrifício humano (onde a vítima normalmente era uma criança) a Thor, o deus
do trovão, na base de um carvalho o qual consideravam sagrado e que era
conhecido como “O Carvalho do Trovão”.
Bonifácio, acatando o conselho de um
irmão bispo, quis destruir o Carvalho do Trovão não somente a fim de salvar a
vítima, mas também para mostrar àqueles pagãos que ele não seria derrubado por
um raio lançado por Thor.
O Santo e seus companheiros chegaram
à aldeia na véspera de Natal, bem a tempo para interromper o sacrifício. Com
seu báculo de bispo na mão, Bonifácio se aproximou dos pagãos que estavam
reunidos na base do Carvalho do Trovão e lhes disse: “Aqui está o Carvalho do
Trovão e aqui a cruz de Cristo que romperá o martelo do Thor, o deus falso”.
O verdugo levantou um martelo para
matar o pequeno menino que tinha sido entregue para o sacrifício. Mas, o Bispo
estendeu seu báculo para impedir o golpe e milagrosamente quebrou o grande
martelo de pedra e salvou a vida deste menino.
Logo, dizem que Bonifácio disse ao
povo: “Escutai filhos do bosque! O sangue não fluirá esta noite, a não ser que
piedade se derrame do peito de uma mãe. Porque esta é a noite em que nasceu
Cristo, o Filho do Altíssimo, o Salvador da humanidade. Ele é mais justo que
Baldur, maior que Odim, o Sábio, mais gentil do que Freya, o Bom. Desde sua
vinda, o sacrifício terminou. A escuridão, Thor, a quem chamaram em vão, é a
morte. No profundo das sombras de Niffelheim ele se perdeu para sempre. Desta
forma, a partir de agora vocês começarão a viver. Esta árvore sangrenta nunca
mais escurecerá sua terra. Em nome de Deus, vou destruí-la”.
Então, Bonifácio pegou um machado que
estava perto dele e, segundo a tradição, quando o brandiu poderosamente ao
carvalho, uma grande rajada de vento atingiu o bosque e derrubou a árvore,
inclusive as suas raízes. A árvore caiu no chão, quebrou-se em quatro pedaços.
Depois deste acontecimento, o Santo
construiu uma capela com a madeira do carvalho, mas esta história foi muito
além das destruições da poderosa árvore.
O “Apóstolo da Alemanha” continuou
pregando ao povo alemão que estava assombrado e não podia acreditar que o
assassino do Carvalho de Thor não tivesse sido ferido por seu deus. Bonifácio
olhou mais à frente onde jazia o carvalho e assinalou um pequeno abeto e disse:
“Esta pequena árvore, este pequeno filho do bosque, será sua árvore santa esta
noite. Esta é a madeira da paz…É o sinal de uma vida sem fim, porque suas
folhas são sempre verdes. Olhem como as pontas estão dirigidas para o céu. Terá
que chamá-lo a árvore do Menino Jesus; reúnam-se em torno dela, não no bosque
selvagem, mas em seus lares; ali haverá refúgio e não haverá ações sangrentas,
mas presentes amorosos e gestos de bondade”.
Desta forma, os alemães começaram uma
nova tradição nessa noite, a qual foi estendida até os nossos dias. Ao trazer
um abeto a seus lares, decorando-o com velas e ornamentos e ao celebrar o
nascimento do Salvador, o Apóstolo da Alemanha e seu rebanho nos mostraram o
que hoje conhecemos como a árvore de Natal.
Fonte:
ACI Digital
Nenhum comentário:
Postar um comentário