Lucas 21, 25-36
PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO ANO C
Com o domingo de hoje, temos o evangelho de são Lucas (21,25-36). Com este evangelho começamos o novo ano litúrgico. Chama-se, então Advento, palavra que se prende ao verbo advir. Significa: vinda, chegada. Dois grandes fatos recordamos nesse tempo. O primeiro é a vinda do Filho de Deus na carne humana de Maria, por obra e graça do Espírito Santo. Historicamente é um fato do passado, pois já estamos nas vésperas do terceiro milênio desse acontecimento, celebrado no Natal. Em cada ano, no Natal, reviveremos o nascimento de Jesus de Nazaré. O cerimonial do Advento repassa as profecias sobre Jesus, mostra a necessidade de sua vinda salvadora, e como o homem pode participar dessa vinda. Mas há um segundo motivo que perpassa todo o Advento a segunda vinda do Filho de Deus, na majestade de juiz e Senhor, “para julgar os vivos e os mortos”, ou seja: os bons e os maus. O homem vive sua vinda cristã entre as duas vindas. Uma do passado, que dirige o presente; outra do futuro, que depende do presente. O Advento é um tempo de alegria e esperança, de conversão e caminho ao encontro do Senhor que “está pra chegar”. A ação de Deus que se manifesta no Advento infunde em toda a humanidade uma grande e alegre esperança, que reforça a luta pela vida. Se Deus está para chegar, trazendo luz e alegria, toda tristeza há de se acabar e toda escuridão da existência humana será iluminada. O Advento é o tempo para o cultivo da esperança, forte e paciente, mas sobretudo ativa e dinâmica. Isso exige a conversão para os valores do evangelho: partilha dos bens com os mais pobres, os preferidos de Deus; solidariedade com os miseráveis, tão feridos em suas dignidades fundamentais; e a fraternidade universal. Os espinhos do mal devem ser queimados em nossas estradas: o egoísmo, que provoca riquezas às custas de salários baixíssimos; o arianismo, que forja preconceitos e cria sub-raças, o machismo, que relega à segunda categoria as mulheres; o fanatismo que nega a presença de Deus na crença dos irmãos, e muito mais ...
A liturgia deste 1º Domingo do Advento ressalta para nós a vigilância na espera de Cristo. O trecho lido hoje (Lucas 21,25-36) fala-nos sobre as últimas coisas que acontecerão ao homem (morte, julgamento, céu ou inferno), estudadas pela teologia num capítulo especial chamado Escatologia. Por isso, se diz que o evangelho de hoje é escatológico, isto é, fala das últimas coisas que acontecerão ao homem. A Bíblia, ao falar dessas últimas coisas, usa um estilo próprio; o Apocalíptico. Por isso, dizemos que o evangelho de hoje é apocalíptico, o que não significa dizer que descreva horrores ou fatos tremendos, mas que está escrito num estilo especial. É preciso saber o significado dos símbolos para entender o que eles dizem. A linguagem apocalíptica não é para incuntir medo, mas para animar, fortalecer cada vez mais as nossas comunidades cristãs na fé em nosso Senhor Jesus Cristo. O mais importante do evangelho, proclamado hoje em nossa liturgia, é que Jesus nos pede para erguermos a cabeça. Assim, estamos nos preparando párea o Natal de Nosso Senhor: Neste domingo da Vigilância, somos chamados a olhar o mundo e descobrir os sinais da morte e da injustiça, que impedem a realização do Reinado que Jesus vem trazendo consigo.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente
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