Papa Francisco - Foto: Vatican Media
/ ACI Prensa
Vaticano, 30 Nov. 18 / 03:25 pm (ACI).- O Papa Francisco
afirmou que um homossexual não pode ser candidato para o sacerdócio ou a vida consagrada e que
os formadores devem ser “exigentes” neste ponto.
“A questão da homossexualidade é uma
questão muito séria que se deve discernir adequadamente desde o começo com os
candidatos, se for o caso. Temos de ser exigentes. Em nossas sociedades, parece
até mesmo que a homossexualidade está em moda e essa mentalidade, de alguma
maneira, também influência na vida da Igreja”, assinala o Papa
no livro “A força da vocação”, de Publicações Claretianas, que será lançado em
3 de dezembro.
Em um trecho do livro, adiantado
nesta sexta-feira por ‘Religión Digital’, o Santo Padre assinala que o preocupa
a presença de pessoas com tendência homossexual no clero e na vida consagrada.
“É algo que me preocupa, porque talvez em um momento não se enfocou bem”,
indicou.
Francisco disse que nos candidatos ao
sacerdócio ou à vida consagrada, “temos que cuidar muito na formação a
maturidade humana e afetiva. Temos que discernir com seriedade e ouvir também a
voz da experiência que a Igreja tem. Quando não se cuida do discernimento em
tudo isso, os problemas crescem. Como dizia antes, acontece que no momento
talvez não dão a cara, mas depois aparecem”.
“A questão da homossexualidade é uma
questão muito séria que se deve discernir adequadamente desde o começo com os
candidatos, se for o caso”, reiterou na entrevista realizada por Pe. Fernando
Prado, diretor da editora claretiana de Madri.
Francisco recordou que certa vez
“tive aqui um bispo um pouco escandalizado que me contou que soube que em sua
diocese, uma diocese muito grande, havia vários sacerdotes homossexuais e que
teve que enfrentar tudo isso, intervindo, em primeiro lugar, na formação, para
formar outro clero distinto”.
“É uma realidade que não podemos
negar. Na vida consagrada também não faltam casos. Um religioso me contava que,
em visita canônica a uma das províncias de sua congregação, havia se
surpreendido. Ele via que havia bons rapazes estudantes e que inclusive alguns
religiosos já professos eram gays”, relatou.
O Papa disse que o religioso
“duvidava da questão e me perguntou se havia algo de errado nisso. ‘Em suma –
dizia ele – não é tão grave; é apenas expressão de um afeto’”.
“Isso é um erro”, advertiu Francisco.
“Não é só expressão de um afeto. Na vida consagrada e na vida sacerdotal, este
tipo de afetos não tem lugar. Por esse motivo, a Igreja recomenda que as
pessoas com esta tendência radicada não sejam aceitas no ministério ou na vida
consagrada. O ministério ou a vida consagrada não é seu lugar”.
Em seguida, assinalou que “aos
padres, religiosos e religiosas homossexuais, é preciso instá-los a viver
integramente o celibato e, sobretudo, que sejam primorosamente responsáveis,
procurando não escandalizar nunca nem suas comunidades nem o santo povo fiel de
Deus vivendo uma vida dupla. É melhor que deixem o ministério ou sua vida
consagrada antes do que viver uma vida dupla”.
No livro, também perguntam ao Papa se
“há limites que não devem ser tolerados na formação”.
“Evidente. Quando há candidatos com
neuroses e desiquilíbrios fortes, difíceis de poder canalizar nem com ajuda
terapêutica, não se deve aceita-los nem ao sacerdócio nem à vida consagrada. É
preciso ajudá-los para que se encaminhem por outro lugar, não se deve
abandoná-los. É preciso orientá-los, mas não devemos admiti-los. Tenhamos em
consideração sempre que são pessoas que vão viver a serviço da Igreja, da
comunidade cristã, do povo de Deus. Não esqueçamos esse horizonte. Temos que
cuida para que sejam psicologicamente e afetivamente saudáveis”, respondeu o
Papa.
Fonte:
ACI Digital
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