Na audiência desta
quarta-feira (12/12), Francisco explicou que Deus não nos quer anestesiados
diante das dificuldades e sofrimentos, mas sim que elevemos ao céu as nossas
necessidades, e elas se transformem num diálogo.
Cristiane Murray – Cidade
do Vaticano
Continuando o ciclo de
catequeses sobre o Pai-Nosso iniciado semana passada, na audiência geral desta
quarta-feira (12/12), o Papa
Francisco explicou aos fiéis que Jesus pôs nos lábios de seus
discípulos esta oração breve e audaz; e que se não fosse Ele a ensiná-la,
ninguém ousaria rezar a Deus dessa forma.
A primeira oração é o nosso pranto, ao nascermos
Falando a cerca de 7 mil
pessoas na Sala Paulo VI, no Vaticano, Francisco prosseguiu:
“Composta por 7 petições,
o Pai-Nosso nos convida a nos aproximar de Deus com confiança filial, sem
preâmbulos nem termos solenes, simplesmente chamando-O Pai, como um filho o faz
com o seu pai, dirigindo-se a Ele com intimidade e confiança, pedindo-Lhe
aquilo que corresponde às nossas necessidades básicas e existenciais, como é o
caso do ‘pão nosso de cada dia’”.
Isto
porque – disse ainda – a oração do ‘Pai Nosso’ tem raízes na realidade concreta
do homem: “A fé não é uma ‘decoração’ separada da vida, que surge apenas quando
nossas necessidades estão satisfeitas, quando o ‘estômago está cheio’; mas é
imbuída no homem, em todo homem que tem fome, chora, luta, sofre e se pergunta
‘por que’”.
Sendo assim, a nossa primeira oração foi o choro que acompanhou
nosso primeiro respiro. Naquele pranto, de recém-nascido, anunciou-se o destino
de toda a nossa vida: a nossa contínua fome e sede, a nossa busca pela
felicidade.
Continuar a gritar, como o cego curado pela fé
Jesus ensina que Deus não nos quer anestesiados diante das
dificuldades e sofrimentos, mas sim que elevemos ao céu as nossas necessidades,
e se transformem num diálogo. “Ter fé é acostumar-se a gritar, e pedir para
sermos curados, como fez o cego Bartimeu com sua invocação, mais forte do que o
bom-senso”.
Com isso fica claro que a oração de petição, longe de ser uma forma inferior de diálogo com Deus, indica que Ele é um Pai cheio de compaixão e quer que Lhe falemos sem medo.
“A oração não só precede a salvação, mas de certa forma a
contém, porque liberta do desespero de quem não crê numa saída, diante de
tantas situações insuportáveis. Por isso, podemos lhe contar tudo, inclusive as
coisas que em nossa vida permanecem distorcidas e incompreensíveis".
“
Ele nos prometeu ficar conosco para sempre, até o último dos dias que
passaremos nesta terra ”
O Papa Francisco encerrou a sua catequese pedindo que ao rezar o
‘Pai Nosso’, iniciemos chamando-o ‘Pai’ ou simplesmente ‘papai’.
Fonte: Vatican News







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