O
Deus vivo, a quem nós cristãos recorremos, não é simplesmente a primeira pessoa
divina “Deus-Pai”, sem levar em conta as outras duas: Filho e Espírito Santo. O
único Deus é aquele citado pela Bíblia: "Eu Sou!" O Pai gera o Filho
e, com ele, exala o Espírito, comunicando-lhes toda a sua divindade.
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O pregador oficial da Casa
Pontifícia, padre Raniero Cantalamessa, fez na manhã desta sexta-feira,
14, na Capela Redemptoris Mater no Vaticano, sua segunda
meditação de Advento, na presença do Papa e da Cúria Romana.
Este ano, o tema das pregações é
extraído do Salmo: "A minha alma tem sede do Deus vivo"!
Ao explicar a temática proposta para
o período de Advento, o Capuchinho afirmou que "os homens do nosso tempo
buscam, com insistência, sinais da existência de seres vivos e inteligentes em
outros planetas, mas poucos se esforçam em descobrir sinais da existência do
Ser vivo por excelência, que criou o universo, que entrou na nossa história e
vive conosco”.
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No entanto, disse o Pregador, na
Igreja, estamos sempre atarefados, com problemas para resolver, desafios para
se superar. Por isso, “corremos o risco de perder de vista a nossa relação
pessoal com Deus".
Deus vivo e trino é amor
O Deus vivo, a quem nós cristãos
recorremos, não é simplesmente a primeira pessoa divina “Deus-Pai”, sem levar
em conta as outras duas: Filho e Espírito Santo. O único Deus é aquele citado
pela Bíblia: "Eu Sou!" O Pai gera o Filho e, com ele, exala o
Espírito, comunicando-lhes toda a sua divindade.
Eis o Deus da comunhão e do amor, no qual unidade e trindade procedem da mesma raiz e do mesmo ato; um não existe sem o outro e nenhum é superior ao outro.
Enfim, o Deus vivo dos cristãos é a
Trindade viva: "Deus é amor", Deus é trindade! Nisto encontramos a
resposta da revelação dada pela Igreja: Deus é amor desde sempre, com o Verbo,
o qual amava com amor infinito "no Espírito Santo". Nós cristãos
acreditamos "em um só Deus", não em um Deus solitário!
Contemplar a Trindade para superar a
divisão do mundo
A Trindade, por definição, é
invisível e inefável. O dogma da unidade e trindade de Deus é expresso na
frase: "Sejam um, como nós somos um".
Todos, portanto, queremos a unidade;
todos nós a desejamos do fundo do coração. A Trindade nos mostra o verdadeiro
caminho para a unidade, segundo as palavras de Cristo: "Eu estou no Pai e
o Pai está em mim".
O Filho nos ensina a gritar Abba,
Pai! O Espírito Santo nos ensina a clamar: "Jesus é o Senhor! E a
invocar": Maranathà, “Vem, Senhor Jesus”.
Contemplar a Trindade nos ajuda a
vencer "a odiosa discórdia do mundo". O primeiro milagre que o
Espírito fez em Pentecostes foi fazer dos discípulos "um só coração e uma
só alma".
Entrar na Trindade
O que mais nos torna felizes, em
relação à Trindade, é contemplá-la, imitá-la e entrar nela! Não podemos abraçar
o oceano, mas podemos entrar nele. Da mesma forma, não podemos abraçar o
mistério da Trindade, mas podemos entrar nele, através da Eucaristia. Na
comunhão realiza-se o significado da palavra de Cristo: "Quem me vê, vê o
Pai, quem me recebe, recebe o Pai”.
O
Pregador da Casa Pontifícia concluiu sua segunda meditação de Advento
afirmando: “A Trindade não é apenas um mistério da nossa fé, mas uma realidade
viva e palpitante: o Deus vivo, a Trindade viva”!
Fonte: Vatican News
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