Missa na Catedral de Campinas / Foto:
Arquidiocese de Campinas
Campinas, 13 Dez. 18 / 01:00 pm (ACI).- Na tarde de
quarta-feira, foi celebrada uma Missa em
sufrágio das almas dos féis falecidos no atentado na Catedral de Campinas (SP);
durante a celebração, o pároco, Mons. Rafael Capelato, lamentou que “o templo
de Deus foi duplamente violado”.
“Ontem (terça-feira), a tristeza se
abateu sobre todos nós pelo pecado da violência e da morte. A Igreja mãe de
Campinas chora seus filhos mortos. O templo de Deus foi duplamente violado.
Sim, no templo sagrado que é a pessoa humana, ferida de morte como foi. E o
templo sagrado desta Igreja, nossa Catedral, que se tornou cenário de
violência”, expressou o sacerdote em sua homilia.
No início da Missa, concelebrada por
diversos sacerdotes da Arquidiocese de Campinas, Mons. Rafael conduziu o Rito
de Desagravo, realizado sempre que uma igreja é violada.
Como explicou a Arquidiocese em seu
site, este “rito penitencial tem como objetivo reparar a injúria feita à
igreja, sendo considerados os crimes e delitos não só que constituem ofensa
grave aos sagrados ministérios, como os que ofendem gravemente a dignidade do
homem e da sociedade humana”.
A
Celebração Eucarística contou com a participação de um grande número de fiéis
que, conforme assinalou Mons. Rafael, se reuniram “para suplicar a Deus o
perdão, a misericórdia, a paz” e para “manifestarmos uns aos outros a
solidariedade de nossos corações, a força da fraternidade e do amor”.
O pároco
recordou que, no mesmo momento em que era celebrada a Santa Missa na Catedral,
as vítimas do tiroteio estavam sendo veladas e logo seriam sepultadas em
diferentes cemitérios da cidade. “E lá também está presente a nossa
Arquidiocese, rezando com os familiares; os padres se organizaram para estar
presente junto com as famílias também numa rede bonita de solidariedade, de
amor, de testemunho da vida em
Cristo”, afirmou.
De acordo
com a Arquidiocese de Campinas, o Administrador Diocesano, Mons. José Eduardo
Meschiatti, levou a presença da Igreja ao cemitério dos Amarais, onde duas das
vítimas foram veladas, tendo estado presente também Pe. Antonio Alves e Pe.
Manoel Messias Pereira Martins, que celebrou as exéquias.
Por sua
vez, Pe. Geraldo Correa levou a presença da Igreja ao cemitério do Flamboyan; e
Pe. Odair Costa Nogueira, ao cemitério Parque das Flores. Enquanto isso,
Pe. Eduardo Fráguas celebrou Missa de corpo presente no cemitério de Monte Mor,
onde uma das vítimas foi sepultada.
A quinta
vítima fatal deste atentado veio a falecer na tarde de terça-feira, no Hospital
Mário Gatti, onde estava internada.
Oração e solidariedade
Em sua
homilia, Mons. Rafael também dirigiu algumas palavras aos familiares das
vítimas e aos feridos. “Estamos todos sofrendo com vocês. Nesta hora, busquemos
apoiar-nos na oração e na solidariedade. Sei que vocês choram. Estamos chorando
também nós. Mas, o Senhor Jesus é nossa força e, com Ele, venceremos a dor, o
mau e a morte”.
Em seguida,
o sacerdote ressaltou “a certeza de nossa participação no mistério da Cruz e da
ressurreição do Senhor, no qual temos o perdão, a remissão de todos os pecados,
no qual temos a paz e a vida renovada no amor”.
“O que nos
resta agora, meus irmãos e irmãs? Resta-nos suplicar a Deus a sua misericórdia
por todos. Misericórdia, Senhor, de todos os que tombaram por este chão
sagrado, culpado, se assim considerarmos, e inocentes. Misericórdia, Senhor, de
todos os que sofrem, os familiares e amigos. Misericórdia, Senhor, de todos os
feridos e dos abalados pelo desespero. Misericórdia, Senhor, de todos nós”,
completou.
O presbítero,
então, exortou a clamar “ao céu, neste tempo de serena expectativa pelo Senhor:
Vem, Senhor Jesus! Vinde, ó Príncipe da Paz. Vinde trazer-nos o consolo e a
paz”.
Em relação
à Catedral, assinalou, é um espaço “consagrado à vida, às coisas de Deus. E assim
continuará a ser. O espaço da paz e da vida, da dignidade humana e da
fraternidade, da justiça e do amor. Espaço de acolhimento de cada pessoa
humana. Espaço medicinal, de cura para uma sociedade enferma em razão dos
desequilíbrios materiais e espirituais”.
Por fim, o
pároco pediu que a Imaculada Conceição, a quem è dedicada a Catedral de
Campina, “interceda por nós, para que nos mantenhamos em pé, como Ele esteve
diante da Cruz de seu Filho”.
Fone: ACI Digital
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