“É
o início do fim da crise no Iêmen: com estas palavras o Secretário Geral da ONU
Antonio Guterres saudou o acordo assinado em Rimbo, na Suécia, na quinta-feira,
13 de dezembro, entre os rebeldes Hutis, considerados próximos ao Irã, e as
forças oficiais do governo pró-saudita. No país já morreram cerca de 85 mil
crianças pela fome e doenças
Cidade do Vaticano
O
acordo de Rimbo, na Suécia traz uma pequena luz de esperança para cerca de 24
milhões de civis, dos quais a metade crianças – cuja sobrevivência depende,
segundo as Nações Unidas, das ajudas humanitárias provenientes da comunidade
internacional. Cerca de 80% das ajudas passam pela cidade de Hudayda, porto
estratégico no Mar Vermelho, que é o ponto central da disputa e que envolve
também a cidade de Taiz, que também é disputada pelas forças de governo e os
rebeldes.
Hudayda e
Taiz: trégua para permitir o acesso das ajudas humanitárias
O início da revolta dos Hutis remonta a 2004, mas formalmente a
guerra entre a Coalizão Árabe guida pelos sauditas e os revoltosos iniciou em
2015, com os ataques aéreos de Riad e dos seus aliados nas áreas controladas
pelos próprios Hutis, que têm o controle da capital Sanaa.
O acordo - que já foi definido histórico entre os dois chefes
das delegações - define que Hudayda e Taiz sejam o centro de uma trégua que
permita o acesso às ajudas humanitárias e ponto de segurança para centenas de
milhares de civis.
O retiro
das milícias Hutis do porto de Hudayda
O Acordo, entre as duas delegações com a mediação do enviado
especial da ONU Martin Griffiths, prevê a retirada das milícias Hutis do porto
de Hudayda. Essa retirada ocorrerá “nos próximos dias” segundo a ONU.
No entanto, o chanceler iemenita afirmou que o acordo sobre essa
retirada militar é "hipotético" até que seja implementado.
"Presumimos que a outra parte vai se retirar", disse
Khaled Al-Yamani. Isso demonstra a persistente desconfiança entre o governo e
os insurgentes.
As forças leais ao governo, parte da coalizão árabe da qual faz
parte os Emirados Árabes, deverão cessar os ataquea aéreos, de terra e mar. E
depois do retiro dos Hutis, o porto de Hudayada será controlado por uma não
definida “força neutra”.
As parte
em conflito favoráveis ao termos do acordo
Tanto a Arábia Saudita como os rebeldes Hutis declararam através
de seus respectivos órgãos de propaganda, que são favoráveis ao termos do
acordo. Esse prevê também a troca de 15 mil prisioneiros, mas os detalhes
operativos serão discutidos no final de janeiro.
O representante da ONU Guterres parabenizou dizendo que os
acordos anunciados nesta quinta-feira vão "melhorar a vida de milhões de
iemenitas".
Por outro lado, em Washington, o Senado dos Estados Unidos votou
uma resolução que veta o apoio militar à Arábia Saudita na ofensiva militar
realizada pelo reino no Iêmen.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, elogiou as
negociações organizadas pela ONU e disse que "a paz é possível" no
país. "O trabalho pela frente não será fácil, mas vimos como muitas das
coisas que se consideravam improváveis começaram a tomar forma", afirmou
em comunicado.
Mais
ajudas humanitárias
“Devemos aproveitar esta oportunidade como primeiro passo
fundamental para o cessar fogo estável em todo o país, e fazer com que as
ajudas e os bens comerciais sejam acessíveis a todos, principalmente às
crianças e famílias que mais necessitam” disse Taner Kirolos, diretor do Save
the Children.
"Somente o fim da guerra pode dar um alívio à população
iemenita, mas por enquanto a comunidade internacional deve continuar a
pressionar todas as partes e enfrentar com urgência a crise humanitária para
evitar uma verdadeira e própria carestia”, concluiu Kirolos.
"Isso significa reduzir as restrições sobre as ajudas
humanitárias e sobre os bens de primeira necessidade, estabilizar a economia em
forte crise e acabar com os combates. Respeitar os acordos da Suécia são um
ponto crucial para a vida do país".
Fonte: Vatican News
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