segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

EMMIR NOGUEIRA PARTILHA COMO VIVE O TEMPO DO NATAL



O Natal está chegando e perguntamos para a cofundadora da Comunidade Shalom, Emmir Nogueira, sua experiência com esta data tão especial. Desde já ela 
adverte: O Natal é uma 
graça, não é uma data.

Como você faz pra viver bem o Natal?

No advento, a gente sempre recebe uma graça nova e eu creio muito nessa graça. Acho que a melhor maneira da gente se preparar para o Natal é sabendo que essas graças podem cair por terra e se perder ou eu posso buscar essas graças, segurar essas graças, sabendo que nesse tempo, Deus dá graças de conversão. Então, às vezes, pego o meu caderno de oração dos anos passados e vejo que sempre no advento Deus me dá uma graça, principalmente de resgate, de conversão, de libertação. A maneira que eu, pessoalmente, me preparo para o Natal é ficar atenta às graças que Deus quer me dar e ter aquilo que se chama de fé expectante, que é quando você crê em alguma coisa e espera por ela.
No advento, vivo esta fé expectante. Neste advento (nas duas primeiras semanas), eu já recebi duas graças, aí eu fico brincando com Deus: “é uma por semana, vou preparar a semana que vem”. Coisas que eu estava pedindo há meses, há anos, Deus reserva sempre o tempo de Páscoa e o tempo de advento. Me preparo assim, aproveito o que Deus me dá. Fico muito impressionada com a aquela frase de Nossa Senhora para Catherine Labouré, da Medalha Milagrosa. Na aparição, saiam raios da mão dela e Catherine perguntou o que significava isso. E ela disse: “são as graças que passam por mim para a humanidade”. Catherine disse: “e por que em alguns lugares estão escuros? Por que que não tem raios em alguns lugares?” E a resposta de Nossa Senhora foi: “porque tem graças para dar para os homens mas eles não as acolhem e nem me pedem”. Ah minha filha, agora eu sou a maior pedinte e a maior acolhedora que pode existir!

Como é a celebração na sua casa?

Sempre vou para a casa da minha sogra ou dos meus pais. Depois da minha conversão em 1976 reuni as duas famílias, uma e depois a outra, e disse o porquê de não dar presentes pra eles. Tive uma experiência muito única onde fui para o Centro para comprar coisas para as duas famílias, porque as festas eram aquele “horror de presentes”. Então, nesse dia no Centro da cidade, tive uma graça de uma repulsa, um nojo, é uma palavra forte, né? Mas foi isso. E todas aquelas pessoas comprando, brigando, empurrando uma a outra… E eu estava nesse dia procurando uma imagem do Menino Jesus que eu pudesse comprar no Centro da cidade, mas Deus me deu essa experiência.
Reuni uma família e depois a outra e disse: olha, eu vou explicar a vocês porque eu não vou dar mais presentes de Natal. Aí expliquei, testemunhava a minha experiência, tem mais detalhes que não estou dando aqui, e disse a elas que agradecia muito tudo o que eles haviam me dado, mas que eu não daria mais presentes. Então, as duas famílias não se dão mais presentes de natal. O que é que nós fazemos?
Ou nós presenteamos alguém que está precisando, geralmente um dos funcionários da família ou alguém que a gente escolhe. Apresenta-se a pessoa e faz-se uma pequena coleta pra essa pessoa. Ou então, em dois anos nós nos reunimos e ajudamos a Santa Casa, um ano na Santa Gianna Beretta, etc. E cada pessoa leva, vamos dizer, um kit. Uma vez foi assim para a Santa Casa, um kit com sabonete (eles precisam muito de sabonete lá), pasta, escova e uma toalha. Então, a minha tia enfeitou a árvore toda com os kits e a gente dava o dinheiro correspondente. A gente elege “um Jesus” para aquele ano e, enfim… a gente já deu piso de casa, telha de casa. Graças a Deus sempre dá muito certo.

O que não pode faltar no Natal?

Jesus, Jesus. Rodou no whatsapp um pequeno vídeo de uma repórter do SBT, onde ela faz uma declaração, uns 2 minutos veementes, sobre a ausência de Jesus no Natal. E vão aparecer vários vídeos desse, esse já tem uns 3 anos, mas para mim é o melhor. Infelizmente Jesus falta. Ele é a única coisa que não pode faltar. Pode faltar comida, presente, mas não a graça do Emanuel, de Deus entre nós. Quando eu sei que tem duas pessoas que não estão se dando bem, não estão se falando, eu ligo antes e digo: “o que é que você acha? a gente vai estar junto no Natal, vamos dar um abraço…”. Então, esse Jesus no meio de nós que traz a reconciliação, que traz a partilha de bens com os pobres e que traz paz, porque quando tem reconciliação, quando tem partilha de bens, Jesus está.
É clichê que no Natal a única coisa que não pode faltar é Jesus, é clichê, mas desculpe é um clichê muito correto, realmente falta Jesus. As pessoas exaustas naqueles saltos 12, com a roupa esdrúxula, que nem pensam em ir para a missa, se exibindo nas ceias… Diria que família, reconciliação e partilha significam Jesus no meio de nós. Aí tendo família, reconciliação e partilha não vai faltar Jesus no Natal. Não é a imagem, é a Pessoa. Jesus Ressuscitado que nos dá a graça do Natal. O Natal é uma graça, não é uma data.

Quando se fala em “Natal”, você lembra de alguma música em 
específico?

Ave Maria, tem várias. Vou te dar três. Uma muito linda é “Mary, did you know?” e a minha versão preferida é a do Pentatonix. A segunda é a música tradicional dos meus filhos, dos meus netos que é “Rudolf the red nosed reindeer”, é uma música muito inocente que fala do Rudolf, uma das renas do papai noel, infelizmente tem essa figura lá, mas a alegria do Rudolf, que é essa rena pelo Natal, por poder servir para levar os presentes de Natal. Embora tenha presente, é uma música que a gente sempre cantava muito.
E a terceira é a que bate todas as outras, que é “Little drummer boy”. É a história de um pastorzinho que tocava tambor e uma ovelha dele ficou doente e ele soube que ia nascer um rei todo poderoso e foi procurar. Encontrou com os Reis Magos e vai com os Reis Magos até o presépio. Mas ele olha os presentes dos Reis Magos, a mirra raríssima, o ouro raríssimo, o incenso… ai ele diz: “eu não tenho nada, a minha ovelhinha vai morrer, o que eu vou dar para esse Rei?”. Então ele lembra do tambor, pergunta para Nossa Senhora se ela se importa que ele toque um pouco do tambor (eu fico toda arrepiada) para o menino Jesus, ela diz que não e ele toca o tambor. Então a música é sobre isso, tem na internet.
Você vê que o meu Natal é todo de influência americana, acho que porque primeiro tive contato com a cultura americana e me influenciou, segundo porque o Natal do Brasil, ao meu ver, claro que o dos Estados Unidos e da Inglaterra são natais comerciais, infelizmente, mas o do Brasil ele é muito focado no papai noel e não tem poesia, não tem beleza, não tem o sonho. E tanto o inglês quanto o americano, que são os dois maiores países sobre isso, eles têm esse componente do sonho e como meus filhos, meus netos, a gente sempre incentivou que eles tivessem um ideal, eles tivessem um sonho, então eu uso muito mais as músicas americanas, infelizmente, mas essa do pastorzinho você precisa ver.

Fonte: Site da Comunidade Shalom

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