Toda
a teologia cristã das religiões deve partir do fato de que Cristo deu a sua
vida "em resgate" e por amor aos homens, porque todos são criaturas
do seu Pai e seus irmãos. Logo, a sua oferta de salvação é universal; Deus
demonstra sua humilde ao criar e salvar o homem, disse o frei capuchinho em sua
pregação ao Papa e à Cúria.
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Pregador oficial da Casa
Pontifícia, Padre Raniero Cantalamessa, fez na manhã desta sexta-feira, na
Capela Redemptoris Mater no Vaticano, sua terceira e última
meditação de Advento, na presença do Papa Francisco, dos membros da Cúria
Romana, do Vicariato de Roma, os Superiores Gerais e os Procuradores das Ordens
religiosas.
Partindo do tema central das suas
pregações “Minha alma tem sede do Deus vivo”, extraído do Salmo 42, o
frei capuchinho continuou a refletir sobre o assunto da última meditação, ou
seja, “O Deus vivo é a Trindade viva” e explicou: “Nós estamos no tempo e Deus
está na eternidade”. Então, perguntou: “Como superar esta infinita diferença
qualitativa? Como construir uma ponte sobre um abismo tão infinito?”
Respondendo a estas questões Frei
Cantalamessa disse que a única solução consiste na celebração da solenidade da
Natividade, para a qual estamos nos preparando: "O Verbo se fez carne e
veio habitar entre nós".
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Citando o grande teólogo bizantino,
Nícolas Cabasilas – o Pregador disse que “entre nós e Deus há três muros de
separação: a natureza, o pecado e a morte”. O primeiro foi abatido com a
encarnação, quando a natureza humana se uniu à natureza divina na pessoa de
Cristo; o muro do “pecado” foi derrubado com a cruz e o muro da “morte” com a
ressurreição . Assim, Jesus Cristo se torna ponto de encontro entre o Deus vivo
e o homem vivo. Nele, o Deus distante se tornou próximo, o Emanuel,
Deus-conosco.
O Deus vivo não nos fala mais através
de um intermediário ou profeta, mas pessoalmente, por meio do Filho. Agora, a
grande notícia é que o Deus vivo desce em busca do homem para habitar em seu
coração.
O Deus vivo, explicou o Pregador da
Casa Pontifícia, se manifesta através de muitas expressões evangélicas:
"Ninguém vem ao Pai a não ser por mim!” “Ninguém jamais viu a Deus; seu
Filho único no-lo revelou”. "Eu e o Pai somos um". "Eu sou o
caminho, a verdade e a vida".
Toda a teologia cristã das religiões
deve partir do fato de que Cristo deu a sua vida "em resgate" e por
amor aos homens, porque todos são criaturas do seu Pai e seus irmãos. Logo, a
sua oferta de salvação é universal; Deus demonstra sua humilde ao criar e
salvar o homem.
Na pessoa do Espírito Santo, Jesus
continua a revelar-nos o Pai, por ser o Espírito do Ressuscitado, o Espírito
que continua e aplica a obra de Jesus na terra.
Enfim, a meditação sobre o papel de
Cristo, revelador único do Deus vivo, pode-se concluir, dignamente, com um hino
de louvor, que se eleva do nosso coração para a glória da Santíssima Trindade.
Com estas palavras, na conclusão das
suas pregações de Advento, o Padre Raniero Cantalamessa desejou um “Feliz e
Santo Natal” ao Papa e aos Veneráveis Padres, irmãos e irmãs!
Tradução
Thácio Siqueira
Fonte:
Vatican News
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