O
secretário-geral do Sínodo dos Bispos faz um balanço do Pontificado de
Francisco em 2018: da escuta dos jovens à reforma da colegialidade, com o olhar
voltado para a próxima assembleia sinodal especial sobre a Amazônia
Federico Piana - Cidade do Vaticano
Final de ano, tempo de balanços. O
cardeal Lorenzo Baldisseri repassa os 365 dias de pontificado, comentando-os
sob seu apurado ponto de vista, como secretário geral do Sínodo dos Bispos.
Assim, a reconstrução dos destaques de 2018 não poderia deixar de acontecer
partindo quase do final.
O Sínodo sobre os jovens, sinal
visível de uma 'Igreja em saída'
De 3 de outubro, jovens que
representam seus pares de todo o mundo reuniram-se no Vaticano para participar
da XV Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos com o tema: “Os jovens, a fé e o
discernimento vocacional”. Um sucesso sem precedentes, que permitiu a interação
e a troca de ideias e projetos entre os pastores da Igreja - e o próprio Papa
Francisco - e uma geração com o desejo de estar envolvida e ser ouvida.
"Foi um acontecimento memorável,
para nós um sinal - recorda o cardeal Baldisseri. A Igreja exortou os jovens a
descobrir Cristo e partir por ele em 'missão', tornando-se protagonistas da
evangelização: como sacerdotes, consagrados ou descobrindo a vocação ao
matrimônio". Depois acrescenta: "Estamos aguardando que o Papa
Francisco nos possa oferecer uma exortação pós-sinodal sobre a juventude".
Bispos chineses no Sínodo sobre os
jovens: presença histórica
Ninguém, nem mesmo os analistas mais
ousados, poderiam imaginar a presença de dois bispos chineses no Sínodo, após o
acordo assinado entre a Santa Sé e a China sobre as nomeações episcopais.
"No entanto, a presença
histórica estava lá - reconstrói o cardeal Baldisseri. Pela primeira vez, os
bispos da China continental deram a sua contribuição a um evento eclesial. E
eles estavam ao lado dos bispos de Hong Kong e Taipei. Um grande gesto de
abertura, em sintonia com a evangelização ad extra desejada
pelo Santo Padre que envolve diferentes culturas, tradições e religiões".
Reforma do Sínodo, outro passo
importante de 2018
2018 também será recordado como o ano
da reforma do Sínodo. A Constituição Apostólica Episcopalis Communio publicada
em setembro visa maior colegialidade, envolvimento e escuta do povo de Deus.
O cardeal Baldisseri está satisfeito:
"Já em 2015 o Papa Francisco, por ocasião do 50º aniversário do motu
proprio Apostolica Sollicitudo de Paulo VI, que
cria a assembléia sinodal, pronunciou um discurso com o qual delineava as
futuras diretrizes. Trabalhamos nesse discurso e brotou a revisão do motu
proprio de Paulo VI. Para fazer tudo isso, também nos baseamos
em nossas experiências recentes: o Sínodo sobre a família e sobre os
jovens".
Assim, nasceu o documento apresentado
ao Papa, depois naturalmente, revisto e corrigido que, de acordo com o cardeal
Baldisseri, é "um instrumento para poder reconhecer que todos os crentes,
o povo de Deus, são ao mesmo tempo sujeito e objeto dentro da Igreja. E
conceder a eles os espaços ao qual eles têm direito".
Um olhar para o futuro: em 2019, o
Sínodo sobre a Amazônia
Lançando um olhar para o futuro já
iminente, o Cardeal Baldisseri destaca a Assembleia Especial do Sínodo dos
Bispos para a região Pan-amazônica a ser realizado em Roma em outubro de 2019.
“Já
há um ano o estamos preparando. Diz respeito a sete Conferências Episcopais e
nove países da região amazônica. O Papa Francisco deseja que este tema seja
discutido: Amazônia, novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia
integral". Porém não se tratará apenas de ecologia, precisa Dom
Baldisseri. "Trataremos também temas eclesiais. O foco será sobre a
Amazônia, sabendo muito bem que esta região pode ser tomada como modelo para
todo o mundo".
Fonte: Vatican News
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