Este
é o sentido e orientação da nossa vida: o encontro com Jesus, que amou a sua
Igreja e se entregou por ela. Logo, nossa vida é uma saída para crescer no
amor, disse o Papa na homilia da missa em sufrágio dos 154 Cardeais, Arcebispos
e Bispos que faleceram no decorrer dos últimos 12 meses.
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Santo Padre presidiu na manhã deste
sábado (03/11), na Basílica vaticana, a uma celebração Eucarística em sufrágio
dos 154 Cardeais, Arcebispos e Bispos, que faleceram de outubro de 2017 a
outubro de 2018. Somente no Brasil, faleceram 12 Bispos e 4 Arcebispos.
Saíram ao encontro do noivo
Em sua homilia, o Papa refletiu sobre
a parábola evangélica das dez virgens que “saíram ao encontro do noivo”,
dizendo:
“Para todos, a vida é uma contínua
chamada a sair: do ventre da mãe, da casa onde se nasceu, da infância para a
juventude, da juventude para a idade adulta e até a saída deste mundo. Também
para os ministros do Evangelho: sair da casa dos pais e ir para onde a Igreja
os envia, de um serviço para o outro; estamos sempre de passagem, até à
passagem final”.
A vida é uma saída para crescer no
amor
O Evangelho lembra-nos o sentido
desta contínua saída: vida, ir ao encontro do noivo. O objetivo da nossa vida é
seguir o anúncio, que acolhemos no momento da morte: “Eis que vem o noivo, ide
ao seu encontro!”. Este é o sentido e orientação da nossa vida: o encontro com
Jesus, que amou a sua Igreja e se entregou por ela. Logo, nossa vida é uma
saída para crescer no amor. E Francisco acrescentou:
“Viver é uma preparação diária para
as núpcias, um grande namoro. Vivo como alguém que se prepara para o encontro
com o noivo? No nosso ministério não devemos esquecer o fio da meada: a
expetativa do encontro com o noivo, um encontro de amor. Só assim o corpo
visível do nosso ministério será sustentado por uma alma invisível”.
O essencial é invisível aos olhos
Aqui, o Papa citou o apóstolo São
Paulo, que diz: “Não olhamos para as coisas visíveis, mas para as invisíveis,
porque as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas”.
Devemos olhar para além, não para as coisas terrenas, disse Francisco: “O
essencial é invisível aos olhos”; é escutar a voz do noivo em vista nas núpcias
com Ele. E explicou:
“
Diante do Senhor, não contam as aparências, conta o coração. O que o mundo
procura e ostenta, como as honras, poder, aparências e glória, passa, sem
deixar qualquer vestígio. É preciso afastar-se das aparências mundanas e se
preparar para o Céu. É preciso dizer não à ‘cultura da maquilhagem’, que cuida
apenas das aparências. ”
Além das aparências mundanas, o Papa
citou um segundo aspecto, referindo-se ao óleo, que mantem acesa a chama das
lamparinas das dez Virgens: queimando ilumina, irradia luz, se consome. Logo, o
segredo da vida é viver para servir:
Quem não vive para servir, não serve
para viver
“O sentido da existência é responder
à proposta de amor de Deus, que passa através do amor verdadeiro, do dom de si
mesmo, do serviço. Servir custa, porque significa gastar-se, consumir-se; mas,
no nosso ministério, quem não vive para servir, não serve para viver. Quem
cuida demais da própria vida, a perde”.
Por fim, além das aparências e do
serviço do ministro de Deus, Francisco falou de uma terceira caraterística do
óleo: a preparação. O óleo deve ser preparado em tempo e levado conosco. O amor
pode ser espontâneo, mas não se improvisa. Por causa da falta desta preparação,
as Virgens insensatas não participaram das núpcias. E o Papa concluiu:
“Agora
é o tempo da preparação: no momento presente, no dia a dia devemos alimentar o
amor. Peçamos a graça de renovar, cada dia, o nosso amor primordial pelo
Senhor, que não se deve apagar. Os chamados às núpcias com Deus não podem
ter uma vida sedentária, amorfa, efêmera, desleixada, rotineira, mas uma vida
plena para doá-la aos irmãos”.
Fonte: Vatican News
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