O
reino de Deus é um reino "fundado no amor e se enraíza nos corações, dando
àqueles que o acolhem paz, liberdade e plenitude de vida”, não é alcançado por
meios humanos, está acima do poder político, e não se realiza "com a
revolta, a violência e a força das armas", destacou o Papa Francisco no
Angelus da Solenidade de Cristo Rei.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
O reino de Jesus não é deste mundo, é
um reino de amor que não é alcançado por meios humanos. Seu pedido hoje, é
deixarmos que Ele se torne nosso rei. Mas Jesus somente poderá dar um novo
sentido à nossa vida, com a condição de que não sigamos as lógicas do mundo e
de seus "reis".
Senhor da história e de toda a
criação
O
Papa Francisco começou explicando aos milhares de fiéis e turistas presentes na
Praça São Pedro em um dia chuvoso, que a Solenidade de Jesus Cristo Rei do
universo celebrada neste domingo, “é colocada no final do ano litúrgico e
recorda que a vida da criação não avança por acaso, mas prossegue em direção a
uma meta final: a manifestação definitiva de Cristo, Senhor da história e de
toda a criação. A conclusão da história será o seu reino eterno”.
A alocução do Santo Padre é inspirada
na passagem do Evangelho de São João (Jo 18, 33b-37) proposto pela
liturgia do dia, que relata “a situação humilhante em que Jesus encontrou-se
depois de ter sido preso no Getsêmani: amarrado, insultado, acusado e levado
perante as autoridades de Jerusalém”.
É apresentado à autoridade romana
como alguém que atenta contra o poder político para se tornar rei dos judeu. Em
um “interrogatório dramático”, por duas vezes Pilatos o questiona se é um rei.
Primeiro Jesus responde que seu reino "não é deste mundo" e depois:
"Tu o dizes: eu sou rei".
Jesus não tinha ambições políticas,
observa o Papa, recordando que após o milagre da multiplicação dos pães o povo
queria proclamá-lo rei “para derrubar o poder romano e restaurar o reino de
Israel”, mas "Ele retira-se para a montanha para rezar".
Poder
do amor
O reino para Jesus – explica
Francisco – “é outra coisa, e não se realiza, certamente, com a revolta, a
violência e a força das armas”. Como disse a Pilatos, "se o meu reino
fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que eu não fosse entregue
aos judeus”:
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“Jesus quer deixar claro que acima do
poder político existe outro muito maior, que não é alcançado por meios humanos.
Ele veio à Terra para exercer esse poder, que é amor, dando testemunho da
verdade. Trata-se da verdade divina que, em última análise, é a mensagem
essencial do Evangelho: "Deus é amor" e quer estabelecer no mundo o
seu reino de amor, de justiça e de paz”.
E este – reitera o Pontífice – “é o
reino do qual Jesus é o rei, e que se estende até o fim dos tempos”.
Como a história nos ensina – recordou
o Papa – “os reinos fundados no poder das armas e na prevaricação são frágeis
e, mais cedo ou mais tarde, caem”.
“ Mas o reino de Deus é fundado no amor e se
enraíza nos corações, dando àqueles que o acolhem paz, liberdade e plenitude de
vida. ”
"Todos nós queremos paz,
todos nós queremos liberdade e queremos plenitude. E como se consegue isso?
Deixe que o amor de Deus, o reino de Deus, o amor de Jesus se enraíze em seu
coração e terás paz, terás liberdade e terás plenitude".
Deixar
Jesus ser nosso rei
Jesus hoje nos pede para deixar que
Ele se torne nosso rei:
“Um rei que com sua palavra, seu
exemplo e sua vida imolada na Cruz nos salvou da morte, e indica - este rei - o
caminho para o homem perdido, dá nova luz à nossa existência marcada pela
dúvida, pelo medo e pelas provações do dia-a-dia”.
Mas não devemos esquecer – disse
Francisco - que o reino de Jesus não é deste mundo”:
“Ele poderá dar um novo sentido à
nossa vida - às vezes colocada à dura prova também por nossos erros e
pecados - somente com a condição de que nós não sigamos as lógicas do mundo e
de seus 'reis'”.
Que a Virgem Maria - disse o Papa ao
concluir - nos ajude a acolher Jesus como o rei da nossa vida e a difundir o
seu reino, dando testemunho da verdade que é amor.
Fonte: Vatican News
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