Ao
receber a delegação da Albânia por ocasião dos 550 anos da morte de Skanderbeg,
heroi da nação albanesa, Francisco exortou a um "renovado compromisso de
todos, instituições e cidadãos, em favor de um autêntico e equilibrado
desenvolvimento, de modo que as jovens gerações não sejam colocadas na condição
de escolher a emigração, enfraquecendo o país de forças e de competências indispensáveis
para seu crescimento humano e civil.”
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
“A
boa disposição a considerar as diferenças como ocasião de diálogo e de
recíproca estima e conhecimento, favorece o desenvolvimento de autênticos
caminhos espirituais e torna-se um válido exemplo ao qual olhar com verdadeiro
interesse para construir uma paz duradoura, fundada no respeito pela dignidade
da pessoa humana.”
Foi
o que disse o Papa à delegação dos participantes da Peregrinação da Albânia,
cerca de 200 pessoas, por ocasião dos 550 anos da morte de Giorgio Castriota,
chamado Skanderbeg, herói da nação albanesa, recebida pelo Santo Padre na tarde
desta segunda-feira (19/11), na Sala Clementina, no Vaticano.
Dirijo uma grata saudação aos presentes e um pensamento a todos
os albaneses, na Pátria e em outras partes do mundo que, em nome do antigo laço
de amizade e de consolidadas relações, sempre olharam com afeto para a Sé de
Pedro, disse o Pontífice recordando que 50 anos atrás São Paulo VI quis receber
uma representação de albaneses.
Albânia, na península Balcânica, é parte
integrante da Europa
Francisco ressaltou que a Albânia, terra de antiga e gloriosa
história, é parte integrante da Europa e por meio de suas mais nobres e vivas
tradições documenta as origens da sua civilização.
Recordando o heroico filho de um povo forte e generoso, destacou
que Skanderbeg defendeu com coragem os valores espirituais e o nome cristão, a
ponto de merecer o título de “Athleta Christi” (Atleta de Cristo), forjando com
seus gestos a identidade cultural albanesa, tornando-se indiscutível símbolo de
coesão e unidade nacional, e intérprete em sumo grau dos valores de escrupulosa
fidelidade aos compromissos livremente assumidos.
Albaneses da diáspora
Atendo-se à relevância da figura e da obra de Castriota, o Papa
frisou que “poucas vezes na história um indivíduo encarnou de modo tão nítido e
em tão ampla medida as virtudes de um povo, a ponto de tornar-se difícil
compreender seu espírito sem levar em consideração os princípios e os valores que
animaram Skanderbeg.
Após a morte do herói e a invasão sofrida pela Albânia, destacou
Francisco, muitos albaneses preferiram emigrar e numerosos se estabeleceram na
Itália, no centro da península e no sul, especialmente na Calábria e na
Sicília, dando origem às Circunscrições eclesiásticas albaneses de Lungro,
Piana dos Albaneses e Grottaferrata.
2018 "Ano Nacional de Skanderbeg"
Em razão do significado particular da figura e da complexidade
da obra realizada por Giorgio Skanderbeg, se compreende bem que a Albânia tenha
querido proclamar 2018 “Ano Nacional de Skanderbeg”, acrescentou o Papa.
“Faço
votos de que esta ocasião não se limite à celebração da glória dos gestos
passados, mas seja para a Albânia também ocasião propícia para um renovado
compromisso de todos, instituições e cidadãos, em favor de um autêntico e
equilibrado desenvolvimento, de modo que as jovens gerações não sejam colocadas
na condição de escolher a emigração, enfraquecendo o país de forças e de
competências indispensáveis para seu crescimento humano e civil.”
Convivência pacífica de diferentes religiões
A ação coral de todos em vista deste objetivo “se revelará o
modo melhor para encarnar no tempo presente o amor pela Pátria, que em seu
tempo animou Giorgio Castriota Skadenberg, prosseguiu o Santo Padre destacando,
em seguida, a convivência pacífica, no país da península Balcânica, entre
pessoas pertencentes a diferentes religiões.
“A
convivência pacífica entre cidadãos pertencentes a diferentes religiões é um
caminho concretamente possível de se percorrer que produz harmonia e liberta as
melhores forças e a criatividade de um povo inteiro, transformando a simples
convivência em verdadeira colaboração e irmandade.”
Antes de despedir-se o Pontífice recordou os Santos mártires que
testemunharam a fé pagando com a vida sua fidelidade ao Evangelho, bem como
Santa Teresa de Calcutá, concedendo aos presentes, aos familiares e a todo o
povo albanês a sua Bênção Apostólica.
Fonte: Vatican News
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