Semana
conclusiva do Sínodo sobre os jovens em andamento no Vaticano desde 3 de
outubro. Os trabalhos serão concluídos no domingo com a Missa solene na
Basílica de São Pedro. Na manhã desta terça-feira, na Sala do Sínodo, foi
apresentado o projeto do Documento Final e a entrega do texto, ainda reservado,
aos participantes. 252 os Padres Sinodais presentes.
Paolo Ondarza – Cidade do Vaticano
Um longo e caloroso aplauso, marcado
pela aclamações dos jovens, saudou a apresentação esta manhã na Sala do Sínodo
do Documento Final, um trabalho cansativo, entusiasmante, atento a uma
verdadeira corrida contra o tempo: assim pode ser resumida a atividade
realizada até tarde de segunda-feira pela Comissão para a Redação.
Foi um exemplo bem sucedido de sinodalidade,
cuja demonstração é o entendimento perfeito nascido entre um jesuíta e um
salesiano, comentaram brincando os dois secretários especiais – os padres
Giacomo Costa e Rossano Sala, com referência aos dois instituto religiosos de
proveniência.
Instrumentum Laboris, texto base de referência
O projeto do documento final –
explicou na Sala do Sínodo o Relator Geral cardeal Sérgio da Rocha,
foi elaborado a partir do Instrumentum Laboris, texto base de
referência. Todavia, enquanto este último é fruto dos dois anos de escuta do
mundo juvenil, o Documento Final é fruto do discernimento realizado pelos
Padres no decorrer do Sínodo.
Trata-se, portanto, de documentos
diferentes e complementares, que juntos dão “uma visão da complexidade das
questões levantadas e dos dinamismos em ato no caminho para enfrentá-los: são
lidos juntos – prosseguiu o purpurado – porque entre eles há uma referência
contínua e intrínseca”.
Fontes do Documento Final são, além
do Instrumentum Laboris, também os pronunciamentos, os relatórios e
as emendas surgidas dos trabalhos do Sínodo.
O caminho com os discípulos de Emaús
A estrutura fundamental do Instrumentum
Laboris é conservada na subdivisão nas três partes "reconhecer,
interpretar, selecionar", todavia o documento reflete a estrutura da
passagem dos discípulos de Emaús: "Caminhava com eles", "seus
olhos se abriram", e por fim, "partiram sem demora".
Os temas do Instrumentum
Laboris portanto, encontram-se no Documento Final, mas aparecem mais aqueles
que foram mais debatidos ao longo destas três semanas.
O texto, subdividido em 173
parágrafos – recordou o cardeal Sérgio da Rocha - é "o resultado de um
trabalho de equipe, os autores são os padres sinodais, os participantes do
Sínodo e, em particular, os jovens. O Projeto, ainda reservado, foi entregue
aos Padres Sinodais que agora terão tempo para lê-lo, podendo apresentar
propostas de acréscimos e emendas.
O primeiro e principal destinatário
do Documento Final - recordou o Relator Geral - é o Papa. Com a aprovação do
Pontífice, de fato, "ele será disponibilizado a toda a Igreja, às Igrejas
particulares, aos jovens e a todos aqueles que estão comprometidos com os
jovens na pastoral da juventude e vocacional."
Povo de Deus, ponto de partida e
chegada
O ponto de partida e o ponto de
chegada é o povo de Deus "na variedade de situações socioculturais e
eclesiais" que os trabalhos fizeram emergir. O caminho sinodal de fato –
acrescentou o cardeal Sérgio da Rocha - ainda não terminou, porque prevê uma fase
de implementação.
"Será importante que as Igrejas
particulares e as Conferências Episcopais possam assumir de maneira criativa e
fiel a dinâmica do Documento, a fim de adaptar ao seu contexto o que surgiu
durante os trabalhos". O processo do Sínodo, portanto, não termina com
"receitas pastorais a serem assumidas (seria o oposto do
discernimento)" e, se a linguagem do texto elaborado não é propriamente
jovem, recorda-se que foi decidido preparar uma Carta dirigida a todos os
jovens por parte dos Padres Sinodais.
A Igreja vive uma oportunidade de
conversão
Na meditação durante a oração que
abriu a Congregação esta manhã, um Padre Sinodal, refletindo sobre os tempos
difíceis vividos pela Igreja, convidou os presentes a viver o Sínodo como
um kairós, como uma ocasião para conversão.
Os
jovens, de fato, querem uma Igreja transparente e pobre e as palavras do
Crucifixo de São Damião a São Francisco de Assis, "Vai e reconstrói a
minha Igreja", são hoje um estímulo para todos. Uma árvore plantada
ao longo de um riacho - foi meditação inspirada na liturgia de hoje - não tem
medo quando o calor vem. Mesmo em uma época de seca, o fruto da árvore não será
menor se suas raízes estão plantadas ao longo do rio de água viva que é Jesus.
Que neste tempo de kairós, sofrimento e graça – foram os votos - a
Igreja prossiga corajosa, cheio de esperança e empatia. Opção preferencial
pelos jovens quer dizer dedicação em termos de tempo, pessoas e recursos
financeiros nas paróquias e nas dioceses de todo o mundo.
Fonte: Vatican News
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