Por: Rafael
Tavares
Fernando Haddad (PT)/ Jair Bolsonaro (PSL). Foto: Wikimedia (Domínio
público)
REDAÇÃO CENTRAL, 17 Out. 18 / 12:00 pm (ACI).- Nos últimos dias,
tanto o candidato Jair Bolsonaro (PSL) como o candidato Fernando Haddad (PT)
expressaram que se forem eleitos defenderão a vida e respeitarão os
valores católicos. Entretanto, esta promessa é fiável? Para responder à
pergunta ACIDigital entrevistou o
sacerdote da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Padre Augusto Bezerra, conhecido
pelo seu apostolado nas redes sociais e sua defesa da vida contra aborto.
Vale recordar que Jair Bolsonaro recentemente realizou por escrito um
compromisso com a plataforma Voto Católico, afirmando que se eleito não
aprovaria nenhuma medida que atentasse contra a vida humana nascente. Já o
candidato Haddad visitou a sede da CNBB onde trataram o tema da não legalização
do aborto e afirmou, na sua visita à paróquia Santos Mártires em Campo Limpo
(SP), que se comprometia “a seguir os princípios colocados pela Igreja Católica para
os candidatos”.
“Preservar a vida, combater a violência, combater a corrupção, preservar
o meio ambiente e garantir a democracia. Vamos fazer um pacto por esses cinco
princípios que devem guiar o novo governo”, comprometeu-se Fernando Haddad na
ocasião.
Entretanto, alguns de nossos leitores escreveram à nossa redação,
indagando se estes compromissos eram apenas “promessas de campanha” ou se
realmente o eleitor católico pode confiar na palavra dos candidatos.
Para elucidar a dúvida dos leitores que, seguramente, também é a de
muitos brasileiros que defendem a vida, ACI Digital buscou o sacerdote Augusto
Bezerra, que atualmente está estudando em Roma e que pertence à Arquidiocese do
Rio de Janeiro, conhecido também pela sua trajetória na defesa da vida e da
família através de seu blog, programas de rádio e redes sociais.
Vale recordar que nem o candidato Bolsonaro (PSL) nem Fernando Haddad
são novos na política (PT). Haddad, além de prefeito de São Paulo (SP), foi
ministro no governo do Partido dos Trabalhadores, e Jair Bolsonaro é deputado
federal desde 1991.
Em sua entrevista, Padre Augusto afirmou: “No Brasil já temos o costume
de não acreditar muito no que um político promete e diz durante o período de
campanha eleitoral, contudo, se verificamos a trajetória de um candidato,
descobrimos quais valores que ele defende”.
“Assim, só podemos saber se o que este ou aquele candidato afirma
durante a campanha é sincero ou mero oportunismo para vencer a eleição, quando
olhamos para sua trajetória política”, completou.
“O candidato Haddad faz parte de uma agenda petista, que defende aberta
e publicamente o aborto. Portanto, cabe a pergunta: será que ele vai garantir
uma iniciativa que não está na agenda do seu partido?”, indaga o sacerdote.
“Já quando olhamos para o candidato Jair Bolsonaro (que se define como
católico, mas afirmou recentemente que não é um praticante), o que vemos é uma
trajetória de defesa da vida que corresponde ao seu mandato na câmara dos
deputados. Por isso, haveria mais elementos para confiar que ele, se eleito,
efetivamente vetaria qualquer insinuação pela despenalização do aborto seja por
parte da câmara ou do senado, em uma investida contra a vida humana nascente”.
Assim, continua Pe. Bezerra, “se formos comparando os valores e a
trajetória de cada um, nós podemos chegar a um juízo sobre a sinceridade ou não
destes compromissos”.
“Contudo, não podemos dizer que é impossível que alguém mude de ideia e
se converta, mas é preciso estar atentos aos valores que cada candidato possui
e as agendas dos seus partidos para não cair em um marketing de campanha e
acreditar em promessas feitas somente para angariar votos”, destacou.
“Espero que cada um tenha a paciência e o bom discernimento para saber
em quem vai votar. Eu como padre não posso indicar em quem um católico deve
votar, mas uma coisa posso dizer: católico não vota em abortista! E isso
basta”, concluiu.
Texto e fotos da ACI Digital
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