São João Paulo II. Foto: Vatican
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REDAÇÃO CENTRAL, 19 Out. 18 / 07:00
am (ACI).-
Há muitos dias na vida de
São João Paulo II que poderiam ser considerados como uma opção óbvia: o fim da
Segunda Guerra Mundial, a sua ordenação sacerdotal ou quando foi nomeado Bispo,
Cardeal ou Papa.
Entretanto, segundo explicou o
próprio São João Paulo II, o dia mais feliz da sua vida foi quando ele
canonizou uma religiosa da Polônia, sua terra natal:
Santa Faustina Kowalska.
São João Paulo II (naquela época
Karol Wojtyla) tinha aproximadamente 18 anos quando a religiosa morreu (em 5 de
outubro de 1938). Entretanto, não conheceu a vida da Irmã Faustina nem a
mensagem da Divina Misericórdia até entrar em um seminário clandestino durante
a Segunda Guerra Mundial; e quando as conheceu, isso teve um impacto profundo
em sua vida.
Devido a uma tradução errada ao
italiano do Diário da Divina Misericórdia e outras questões que não foram
resolvidas, o Vaticano proibiu a divulgação da devoção na década de 1950. Mas
começou a ser divulgada seis meses antes de o Cardeal Karol Wojtyla ser eleito
sucessor de Pedro.
Depois de ser eleito Papa, João Paulo
II dedicou a sua segunda encíclica Dives in Misericordia (Rico
em Misericórdia) à Divina Misericórdia.
No livro Testemunho de Esperança: A
biografia do Papa João Paulo II, o autor norte-americano George Weigel escreveu
que João Paulo II falou pessoalmente sobre o impacto da Irmã Faustina em sua
vida e em seu ministério:
“Quando era Arcebispo da Cracóvia,
Wojtyla defendeu a Irmã Faustina quando sua ortodoxia foi questionada depois da
sua morte em Roma, devido em grande parte à tradução errada do seu diário ao
italiano, e promoveu a causa da sua beatificação. João Paulo II, o qual disse
que se sentia espiritualmente ‘muito próximo’ à Irmã Faustina, estava ‘pensando
nela durante muito tempo’ quando começou a escrever Dives in
Misericordia”.
Em muitas ocasiões durante o seu
pontificado, João Paulo II escreveu ou falou sobre a importância de pedir a
Deus a sua Divina Misericórdia para o mundo inteiro. Em 19 de abril de 1993, o
Pontífice beatificou a Irmã Faustina e, em sua homilia, elogiou o modo através
do qual levou as pessoas ao coração misericordioso de Cristo.
“Realmente é maravilhoso ver como a
sua devoção a Jesus misericordioso está se espalhando pelo mundo contemporâneo
e está ganhando tantos corações humanos! Sem dúvida, é um sinal dos tempos – um
sinal do século XX. O balanço deste século, que agora está terminando,
acrescentando os avanços que muitas vezes superaram os anteriores, apresenta
uma profunda inquietude e medo do futuro. Onde o mundo poderá encontrar refúgio
e uma luz de esperança se não fosse a Divina Misericórdia? Os crentes entendem
isso perfeitamente”, expressou.
Em 30 de abril de 2000, João Paulo II
canonizou a Santa Faustina no que disse ter sido – como foi conhecido
mundialmente – “o dia mais feliz da minha vida”.
“É grande a minha alegria, ao propor
hoje à Igreja inteira,
como dom de Deus para o nosso tempo, a vida e o testemunho da Irmã Faustina
Kowalska. Pela divina Providência a vida desta humilde filha da Polônia esteve
completamente ligada à história do século XX, que há pouco deixamos atrás. De
fato, foi entre a primeira e a segunda guerra mundial que Cristo lhe confiou a
sua mensagem de misericórdia”, expressou durante a homilia.
O Papa acrescentou que “aqueles que
recordam, que foram testemunhas e participantes nos eventos daqueles anos e nos
horríveis sofrimentos que daí derivaram para milhões de homens, bem sabem que a
mensagem da misericórdia é necessária”.
No domingo depois da Páscoa, São João
Paulo II instituiu a festa da Divina Misericórdia, que Jesus pediu nas suas
mensagens à Irmã Faustina.
Nesse dia, são concedidas graças
especiais – semelhantes a uma indulgência – às almas que se confessam e recebem
a comunhão. Jesus prometeu que as almas que realizassem esses requisitos nesse
mesmo dia seriam devolvidas ao seu estado batismal puro, entre outras graças.
Santa Faustina, batizada como Helena
Kowalska, nasceu na Polônia em 1905, em uma família pobre, mas devota. Aos 20
anos – depois de ter sido rechaçada de vários conventos porque era pobre e não
teve uma boa educação –, Helena entrou para a Congregação das Irmãs de Nossa
Senhora da Misericórdia, onde recebeu o nome de Irmã Faustina e viveu nos
conventos da Polônia e da Lituânia.
Jesus apareceu à religiosa e lhe
pediu que se convertesse em seu apóstolo e secretária da sua misericórdia. Ela
escreveu as mensagens da Divina Misericórdia para o mundo em seu diário. Jesus
também pediu para pintar uma imagem de sua Divina Misericórdia, com raios
vermelhos e brancos que brotam do seu coração, e que divulgasse a novena dessa
devoção.
Antes da morte da Irmã Faustina, em 5
de outubro de 1938, a devoção à Divina
Misericórdia já tinha se espalhado pela Polônia.
Fonte:
ACI Digital
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