Na
Praça S. Pedro, o Papa Francisco presidiu à missa de abertura da XV Assembleia
Ordinária do Sínodo dos Bispos e pediu aos 266 Padres sinodais que reavivem a
própria paixão por Jesus.
Manoel Tavares- Cidade do Vaticano
O Santo Padre presidiu esta manhã (03/10),
na Praça São Pedro, à solene celebração da Santa Missa por ocasião da
inauguração do Sínodo dos Bispos, que se realiza no Vaticano de 3 a 28 do
corrente, sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
O Papa iniciou sua homilia com o
trecho do Evangelho de São João, que diz: “O Espírito Santo, que o Pai enviará
em meu nome, lhes ensinará tudo e recordará tudo o que Eu lhes disse”.
Desta maneira tão simples, - disse o
Papa - Jesus oferece aos seus discípulos a garantia de que o Espírito Santo os
acompanhará em toda a sua obra missionária. O Espírito do Senhor é o primeiro a
guardar e manter sempre viva e atual a memória do Mestre no coração dos
discípulos e faz com que a riqueza e beleza do Evangelho sejam fonte de
constante alegria e novidade. E Francisco exortou os presentes:
“No início deste momento de graça
para toda a Igreja, em sintonia com a Palavra de Deus, peçamos insistentemente
ao Paráclito que nos ajude a trazer à memória e reavivar as palavras do Senhor,
que faziam arder o nosso coração. Memória para que possa despertar e renovar em
nós a capacidade de sonhar e esperar. Os jovens serão capazes de profecia e
visão, na medida em que nós, adultos ou idosos, formos capazes de sonhar,
contagiar e partilhar os nossos sonhos e esperanças”.
Sonhos e esperanças
O Santo Padre expressou seu desejo de
que “o Espírito do Senhor nos dê a graça de sermos Padres sinodais, ungidos com
o dom dos “sonhos e da esperança”, para podermos ungir os jovens com o dom da
profecia e da visão; possa dar-nos a graça de sermos memória atuante, viva e
eficaz, que não se deixa sufocar e esmagar pelos falsos profetas, mas levar a
inflamar o coração e discernir os caminhos do Espírito. E acrescentou:
“É com esta disposição de dócil
escuta da voz do Espírito que viemos aqui, de todas as partes do mundo. Hoje,
pela primeira vez, estão conosco também dois irmãos Bispos da China
continental, a quem damos as nossas calorosas boas vindas. Com a sua presença,
a comunhão de todo o Episcopado, com o Sucessor de Pedro, torna-se ainda mais
visível”.
Dilatar os corações
Ungidos com a esperança, - disse
Francisco - começamos um novo encontro eclesial, capaz de ampliar os
horizontes, dilatar os corações e transformar as estruturas, que hoje nos
paralisam, dividem e afastam dos jovens, deixando-os expostos às intempéries e
órfãos de uma comunidade de fé que os apoie, de um horizonte de sentido e de
vida. A esperança interpela-nos, destronca o conformismo e nos convida a
trabalhar contra a precariedade, exclusão e violência, às quais está exposta a
nossa juventude. E falando dos jovens, o Papa disse:
“Os jovens, fruto de muitas das
decisões tomadas no passado, exortam-nos a cuidar do presente, com maior
esforço e com eles, a lutar contra tudo aquilo que impede a sua vida de crescer
com dignidade. Pedem-nos e exigem-nos uma dedicação criativa, uma dinâmica
inteligente, entusiasta e cheia de esperança, e que não os deixemos sozinhos
nas mãos de tantos traficantes de morte que oprimem a sua vida e obscurecem a
sua visão”.
Sob a proteção de Maria
O dom da escuta sincera deve ser
livre de preconceitos para entrarmos em comunhão com as diferentes situações do
Povo de Deus, sem cairmos na tentação de certos moralismos, elitismos e de
ideologias abstratas. E o Papa convidou os Padres Sinodais, dizendo:
“Irmãos, coloquemos este tempo sob a
proteção materna da Virgem Maria, mulher da escuta e da memória, para que nos
guie no reconhecimento dos vestígios do Espírito, a fim de que, entre sonhos e
esperanças, possamos acompanhar e encorajar nossos jovens para que não cessem
de profetizar”.
Neste sentido, Francisco recordou
que, ao término do Concílio Vaticano II, os Padres Conciliares dedicaram a sua
última mensagem aos jovens: «A Igreja, durante quatro anos, trabalhou para um
rejuvenescimento do seu rosto, para melhor responder à intenção do seu
fundador, Cristo, o eterno jovem... É especialmente para os jovens que a Igreja
acende, neste Concílio Ecumênico, uma luz, que iluminará o futuro da juventude.
A Igreja espera que a sociedade respeite a dignidade, a liberdade, o direito
sobretudo dos jovens».
Francisco concluiu sua homilia
exortando os Padres Sinodais e representantes da Igreja no mundo, a alargar
seus corações, a escutar o apelo do Povo de Deus e a colocar suas energias a
serviço da juventude:
“Lutem
contra todo o egoísmo. Rejeitem dar livre arbítrio aos instintos da violência e
do ódio, que geram guerras e suas consequentes misérias. Sejam generosos,
puros, respeitadores, sinceros. Construam, com entusiasmo, um mundo melhor, que
o dos seus antepassados. Padres sinodais, a Igreja olha para vocês com
confiança e amor.”
Fonte: Vaticano News
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