Por Walter Sánchez Silva
Cardeal Pietro Parolin. Foto: Daniel
Ibáñez (ACI Prensa)
Vaticano, 18 Out. 18 / 01:00 pm (ACI).- O Secretário de
Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, presidiu na quarta-feira, 17 de
outubro, uma “Missapela
Paz” na península coreana, da qual participou o presidente da Coreia do Sul,
Jae-in Moon.
“Esta noite, desejamos humildemente
lançar o olhar a Deus, aquele que detém a história e o destino da humanidade:
implorar, mais uma vez, o dom da paz para o mundo, em particular para a
península coreana, pois, após tantos anos de tensão e divisão, a palavra paz
pode finalmente ressoar plenamente”, disse o Cardeal Parolin em sua homilia.
O Cardeal ressaltou que “a sabedoria
das Escrituras leva-nos a entender que somente os que experimentaram o mistério
inescrutável da aparente ausência de Deus, diante dos sofrimentos, opressão e
ódio, podem entender realmente o que significa ressoar novamente a palavra
Paz”.
“Sabemos, como pessoas de boa
vontade, que a paz é construída com escolhas diárias; com um sério compromisso
a serviço da justiça e da solidariedade; com a promoção dos direitos e da
dignidade da pessoa humana e, sobretudo, com atenção aos mais fracos”.
Após indicar que a paz é um dom de
Deus, o Cardeal Parolin recordou que São Paulo VI disse que “devemos sempre
falar de paz! Precisamos educar o mundo a amar a paz, a construí-la, a
defendê-la”.
“Diante das premissas que renascem da
guerra – indicava p novo santo –, devemos despertar, nos homens do nosso tempo
e das gerações futuras, o sentido da verdadeira paz, baseada na verdade, na
justiça, na liberdade e no amor”.
Ao concluir sua homilia, o Cardeal
Parolin rogou “ao Senhor a graça de tornar a paz uma autêntica missão no mundo
de hoje, confiando no misterioso poder da Cruz de Cristo e na sua
ressurreição”.
Em 19 de setembro, os presidentes da
Coreia do Sul e da Coreia do Norte assinaram em Pyongyang um acordo de
desnuclearização na península coreana.
Posteriormente, em 9 de outubro, a
presidência sul-coreana informou que o líder norte-coreano, Kim Jong Un,
convidou o Papa Francisco para visitar a Coreia do Norte.
O porta-voz sul-coreano Kim Eui-kyeom
disse que o convite seria entregue pelo presidente da Coreia do Sul ao ser
recebido na manhã desta quinta-feira pelo Pontífice no Vaticano.
Além disso, em 12 de junho, o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Kim Jong Un se reuniram em
Singapura, onde assinaram uma declaração conjunta “para construir uma paz
duradoura e estável na península coreana”.
A península coreana está dividida
pela fronteira mais fortificada do mundo desde que a guerra culminou com um
armistício e não com um tratado de paz em 1953.
A Constituição da Coreia do Norte
garante a liberdade de culto, mas na prática o governo decide o que se pode
fazer ou não neste âmbito.
A Coreia do Norte lidera há anos o
ranking dos países onde existe a maior perseguição religiosa. Os cristãos
enfrentam, por causa da fé, a privação de sua liberdade, o confinamento em
campos de trabalho e, em alguns casos, a morte. O Departamento de Estado
norte-americano estima que atualmente haja entre 80 mil e 100 mil pessoas em
campos de prisioneiros norte-coreanos.
Em 18 de agosto de 2014, o Papa
Francisco presidiu uma Missa pela reconciliação da Coreia e afirmou em sua
homilia na Catedral de Seul que “aquilo que, visto de uma perspectiva humana,
parece ser impossível, impraticável e às vezes até repugnante, Jesus torna-o
possível e frutuoso com a força infinita da sua cruz”.
“Deus nos chama a voltar para Ele e a
escutar a sua voz, e promete estabelecer-nos sobre a terra numa paz e prosperidade
maiores, como os nossos antepassados nunca conheceram. Possam os seguidores de
Cristo na Coreia preparar a alvorada daquele dia novo em que esta terra do
calmo amanhecer gozará das mais ricas bênçãos divinas de harmonia e de paz”,
disse o Santo Padre naquela ocasião.
Fonte:
ACI Digital
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