"Na
realidade, um homem, uma mulher, que vive na vaidade, na avareza, na soberba e
ao mesmo tempo acredita e se mostra como religioso e até mesmo chega a condenar
os outros é um hipócrita", disse Francisco no Angelus deste domingo.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
O Senhor nos convida continuamente a
fugir do perigo de “dar mais importância à forma do que à substância”, e a
reconhecer que o amor a Deus e ao próximo é o verdadeiro centro da experiência
da fé, que deve ser purificada “da hipocrisia do legalismo e do ritualismo”.
Um alerta para o comportamento
hipócrita: em síntese, este foi o teor da alocução do Santo Padre, antes de
rezar o Angelus neste XXII Domingo do Tempo Comum.
Dirigindo-se aos milhares de
peregrinos e turistas presentes na Praça São Pedro, o Pontífice disse que este
tema tratado no Evangelho de Marcos na liturgia deste domingo, é “importante
para todos nós crentes: a autenticidade de nossa obediência à Palavra de Deus,
contra toda contaminação mundana ou formalismo legalista”.
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“Na realidade – afirmou Francisco -
um homem, uma mulher, que vive na vaidade, na avareza, na soberba e ao
mesmo tempo acredita e se mostra como religioso e até mesmo chega a condenar os
outros, é um hipócrita”. E as palavras de Jesus para este “adjetivo”, são
“claras e fortes!”
“Hipócrita é, por assim dizer –
explicou - um dos adjetivos mais fortes que Jesus usa no Evangelho e o
pronuncia dirigindo-se aos mestres da religião: doutores da lei, escribas...
“Hipócrita!”, diz Jesus”:
“De fato, Jesus quer sacudir os
escribas e os fariseus do erro em que eles caíram, e qual é este erro? O de
desvirtuar a vontade de Deus negligenciando seus mandamentos para observar as
tradições humanas”.
“
A reação de Jesus é severa porque é grande o que está em jogo: trata-se da
verdade da relação entre o homem e Deus, da autenticidade da vida religiosa. O
hipócrita é um mentiroso, não é autêntico. ”
O Papa recorda que o convite do
Senhor para fugirmos “do perigo de dar mais importância à forma que à
substância”, é dirigido também à nós, hoje:
“Ele nos chama a reconhecer, sempre
de novo, aquele que é o verdadeiro centro da experiência da fé, isto é, o amor
de Deus e o amor ao próximo, purificando-a da hipocrisia do legalismo e do
ritualismo”.
Também Tiago, na segunda leitura,
“nos diz em síntese”, que a verdadeira religião é “visitar os órfãos e as
viúvas no sofrimento e não se deixar contaminar por este mundo":
“'Visitar órfãos e viúvas' significa
praticar a caridade com o próximo, começando pelos mais necessitados, os mais
frágeis, os mais marginalizados. São as pessoas de quem Deus cuida de forma
especial e pede a nós para fazer o mesmo”.
“
"Não deixar-se contaminar por este mundo" não significa isolar-se e
fechar-se à realidade. Não! ”
“Também aqui não deve ser uma atitude
exterior, mas interior, de substância”, que “significa vigiar para que o nosso
modo de pensar e agir não seja poluído pela mentalidade mundana, isto é, pela
vaidade, avareza, soberba”:
“Na realidade, um homem, uma mulher,
que vive na vaidade, na avareza, na soberba e ao mesmo tempo acredita e se
mostra como religioso e até mesmo chega a condenar os outros, é um hipócrita”.
O Papa então convida então para
fazermos um exame de consciência para ver como acolhemos a Palavra de Deus,
pois “se a escutarmos de maneira distraída ou superficial, ela não nos servirá
muito”:
“Em vez disso, devemos acolher a
Palavra com mente e coração abertos, como um terreno bom, para que seja
assimilada e produza frutos na vida concreta. Jesus diz que a Palavra de Deus é
como o trigo, é uma semente que deve crescer nas obras concretas. Assim a
própria Palavra nos purifica o coração e as ações e a nossa relação com Deus e
com os outros é libertada da hipocrisia”.
Que
o exemplo e a intercessão da Virgem Maria - disse o Papa ao concluir - nos
ajudem a honrar sempre o Senhor com o coração, testemunhando o nosso amor por
ele nas escolhas concretas para o bem dos irmãos.
Fonte: Vatican News
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