Em
sua homilia na missa, o Papa afirmou que "Maria clama para que todos nos
comprometamos a acolher-nos sem discriminações e saibam que estamos dispostos a
privilegiar os mais pobres, a levantar aqueles que caíram e a acolher os outros
à medida que chegam e se apresentam diante de nós.
Cidade do Vaticano
A viagem do Papa Francisco pelos
países bálticos, iniciada sábado, prossegue nesta segunda-feira (24/09) com uma
nova escala na Letônia. Depois de passar a manhã na capital, Riga, o Pontífice
foi a Aglona, que dista 190 km e 1 hora e meio de voo. A cidade de pouco menos
de 300 mil habitantes, circundada por colinas e lagos, é conhecida pela
presença da Basílica da Assunção, a mais importante igreja católica
do país, fundada pelos padres dominicanos em 1700.
Ali, no Santuário
internacional Mãe de Deus de Aglona, o Papa presidiu uma missa com a
celebração eucarística em latim e a litúrgica em letão.
Evangelho de João e os dois momentos
de encontro de Jesus com a Mãe
Em sua homilia, o Papa se inspirou no
lema da visita, «Mostrai-Vos Mãe!», para chamar a atenção para os dois momentos
narrados no Evangelho de João em que a vida de Jesus cruza a de sua Mãe: as
bodas de Caná, quando é evidenciada a alegria de um matrimônio, e Maria aos pés
da cruz, com o sofrimento da mãe pela morte do filho.
O evangelista ressalta que Maria está
firmemente «de pé» junto de seu Filho, junto daqueles que sofrem, daqueles de
quem todo o mundo foge, principalmente os que são julgados, condenados por
todos, deportados: a Mãe está ali, cravada nesta cruz da incompreensão e do
sofrimento.
“
Desta forma, o Papa explicou que “também nós somos chamados a ‘tocar’ o
sofrimento dos outros. ”
“Saiamos ao encontro do nosso povo
para o consolar e fazer-lhe companhia; não tenhamos medo de experimentar a
força da ternura e de nos envolvermos vendo a nossa vida complicada pelos
outros. E, como Maria, permaneçamos firmes e de pé: com o coração voltado para
Deus e corajosos, levantando os que caíram, erguendo o humilhado, ajudando a
pôr fim a toda e qualquer situação de opressão que os faz viver como
crucificados”.
O contexto histórico da Letônia e da
região
“É verdade que, às vezes, a abertura
aos outros nos fez muito mal. E também é verdade que, nas nossas realidades
políticas, a história do choque entre os povos permanece ainda dolorosamente
viva. Mas Maria crê em Jesus e acolhe o discípulo, porque as relações que nos
curam e libertam são aquelas que nos abrem ao encontro e à fraternidade com os
outros, porque, no outro, descobrem o próprio Deus”.
No outro episódio citado por João, as
bodas de Caná, Ela, discípula obediente, deixa-Se acolher, transfere-Se,
adapta-Se ao ritmo do mais novo. Quando ouvimos, com fé, a ordem de acolher e
ser acolhidos, é possível construir a unidade na diversidade, porque não nos
travam nem dividem as diferenças, mas somos capazes de olhar mais além, ver os
outros na sua dignidade mais profunda, como filhos de um e mesmo Pai.
Concluindo, Francisco afirmou:
“
Maria clama para que todos nos comprometamos a acolher-nos sem discriminações,
e todos, na Letônia, saibam que estamos dispostos a privilegiar os mais pobres,
a levantar aqueles que caíram e a acolher os outros à medida que chegam e se
apresentam diante de nós. ”
Após
a missa, o Papa retornou a Vilnius, capital da Lituânia, onde está sendo
hospedado na Nunciatura nestes dias de viagem.
Fonte:
Vatican News
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