sexta-feira, 28 de setembro de 2018

ORDENAÇÃO EPISCOPAL DO MONSENHOR JÚLIO CÉSAR SERÁ DIA 30 DE SETEMBRO



No próximo domingo, dia 30 de setembro, depois de mais de 20 anos, fiéis da Arquidiocese de Teresina terão a oportunidade de vivenciar uma ordenação episcopal. Padre Júlio César que integra o clero da Arquidiocese será ordenado bispo pela imposição das mãos do Arcebispo Metropolitano de Teresina, Dom Jacinto Brito. A celebração campal terá início, a partir das 17h e acontecerá em frente à Catedral Nossa Senhora das Dores, na Praça Saraiva.

O episcopado é o terceiro grau do sacramento da ordem e a Igreja terá, a partir desta ordenação, o serviço de mais um sucessor dos apóstolos. “É assim que a Igreja chama aqueles que são escolhidos para estar à frente do rebanho. São os representantes de Cristo na missão de evangelizar. Essa é, sem dúvida, a primeira de todas as missões de um bispo. Evangelizar primeiro com seu testemunho de vida e, segundo, com a Palavra e suas atitudes”, explica Dom Jacinto Brito.


Ainda de acordo com o Arcebispo, no início da Igreja, o Novo Testamento parece não distinguir bem bispo, epíscopo de presbítero. “São Pedro na sua carta comprova isso. Mas isso só significa que a linguagem ainda não estava tão clara, embora hoje já esteja. Pois, no final do primeiro século, com Santo Inácio de Antioquia, fica muito bem delineada a hierarquia que a Igreja continua a ter até os dias de hoje”, ressalta o arcebispo.

O padre que vai ser ordenado bispo é escolhido pelo Santo padre, o Papa Francisco. Depois de uma pesquisa que a Igreja faz e recebendo a aprovação daqueles que são consultados, ele pessoalmente dá o seu aval nomeando a pessoa para ser bispo. “Padre Júlio César que estava como pároco da Paróquia Menino Jesus de Praga, foi escolhido no dia 11 de junho deste ano e vai ser ordenado dia 30 de setembro. Em seguida, será apresentado em Fortaleza-CE como bispo auxiliar no dia 06 de outubro, em uma celebração agendada para o turno da noite”, acrescenta Dom Jacinto.

Padre Júlio César será bispo auxiliar do Arcebispo de Fortaleza, Dom José Antonio. Ele vai compartilhar a missão do ensino da santificação dos membros da Igreja, do pastoreio do governo e da organização da Igreja. “Então tendo esta missão, ela o transforma, inclusive o seu Ministério. Ele não vai ter mais uma paróquia e sim uma diocese, uma porção do Povo de Deus por quem passa a ser responsável. E será também responsável pela Igreja como um todo. Afinal, o bispo integra o Colégio Episcopal que tem como cabeça o Santo padre, o sucessor de São Pedro, o Papa”, esclarece Dom Jacinto Brito.
A celebração e todo o rito será presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Teresina. Depois do Evangelho, o bispo faz a homilia e o candidato é apresentado. Neste momento é feita a leitura da bula, (o documento do papa que autoriza a ordenação). Em seguida o padre é submetido a uma espécie de interrogatório sobre a aceitação da missão. Uma vez aceito, vem a prostração. O ordenando se prostra como sinal de humildade colando seu corpo com a terra de onde veio.

“A partir daí a Igreja invoca os santos pedindo ajuda e intercessão deles para essa especial tarefa. Então vem o gesto da imposição das mãos. Terminada a imposição, vem a unção. O bispo é ungido na cabeça para lembrar que ele vai ser de fato o representante do Messias e deve estar cheio da sabedoria divina”, descreve Dom Jacinto Brito.

Depois disso são entregues as insíglias: anel, báculo mitra. Com esses símbolos o novo bispo passa então no meio do povo, abençoando a comunidade reunida para que as bênçãos de Deus recaia sob o novo servo e sobre seu povo.
“Padre Júlio receberá de mim a imposição das mãos e de outros bispos que estiverem presentes. Destacando Dom José Antonio (Arcebispo de Fortaleza) e Dom Alfredo Shafler (Bispo emérito de Parnaíba). Este último, vale ressaltar, é alguém que padre Júlio César, na sua formação, teve uma especial ligação”, destaca Dom Jacinto.

Ainda segundo Dom Jacinto, a imposição das mãos “é sinal da comunhão episcopal, sinal da invocação do poder do Espírito Santo sobre aquele irmão que deve ser ordenado para a missão de bispo da Igreja”, pontua.

Sobre os símbolos que serão companhia na caminhada como bispo e sucessor dos apóstolos, o anel, a cruz, o báculo, o solideo e a mitra, Dom Jacinto faz questão de valorizar: “O primeiro é o anel, o compromisso com a Igreja que lhe é destinada. Depois a cruz que pode ser de várias maneiras. Aliás, o símbolo da cruz significa que aquele irmão é testemunha de Cristo morto e Ressuscitado. Aquele que leva o mistério da salvação para ser conhecido e abraçado pelos homens. Há outro símbolo que é o báculo, cajado que o bispo segura em ações solenes, em dias especiais. Lembra a missão de pastor. Ele recebe auxílio para pastorear o Povo do Deus. Quando se segura o báculo e bate no chão é para que as ovelhas ouçam e se mantenham no mesmo caminho. O cajado também tem a ponta que permite o pastor atingir a ovelha que talvez esteja desatenta, assim é chamada a caminhar na mesma direção.

O báculo também possui em sua extremidade uma volta para puxar a ovelha caso esta esteja em perigo, abismo ou mesmo a que esteja cansada e não queira mais se levantar”, descreve o Arcebispo de Teresina.

Há ainda a mitra que é uma espécie de chapéu e tem forma triangular. “Esse símbolo vem da tradição do Império Romano. Tiaras que eram dadas para os nobres e Constantino então ofereceu aos bispos como sinal da sua dignidade. E ainda um símbolo simples: o solidéu. Espécie de chapeuzinho na cor roxa. O Papa usa branco e os cardeais vermelho. É colado sobre a cabeça e só se tira para Deus. Solidéu quer dizer ‘para Deus’. Na missa só se tira quando inicia a oração Eucarística. Antes, quando se andava normalmente com a batina, todo tempo, o bispo usava. Hoje como andamos com roupa civil não usamos, a não ser nas celebrações litúrgicas”, acrescenta o arcebispo.

Então fica o convite da nossa Igreja para todo o Povo de Deus, no último domingo de setembro, dia da bíblia e, portanto, dia de São Gerônimo, participar da ordenação do padre Júlio César.


OUTRAS INFORMAÇÕES:


Padre Júlio César nasceu em 27 de fevereiro de 1971 e foi ordenado padre em 27 de junho de 1998. Em nossa Arquidiocese atuava também como professor de bíblia no Seminário de Teologia (estudo que realizou e aperfeiçoou em Roma) e que tem servido tanto a nossa Igreja com seu testemunho de humildade. Ele também integrava uma equipe de vocações adultas onde se examinava o pedido de jovens já com formação superior interessados em conhecer mais sobre o sacerdócio católico.


Por Vera Alice Brandão
Fonte: Arquidiocese de Teresina

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