Francisco recordou a
homenagem em Vilnius às vítimas do genocídio e o momento de oração nas salas em
que eram presos, torturados e mortos os opositores do regime. “É comovente ver
até que ponto chega a crueldade humana", disse aos fiéis na Praça São
Pedro.
Cidade do Vaticano
O Papa retornou na noite
de terça-feira (25/09) de uma viagem aos três países europeus da região báltica
e esta missão apostólica foi o tema da catequese aos peregrinos na audiência
geral desta primeira quarta-feira de outono.
Lituânia, Letônia e Estônia
passaram metade do último século sofrendo a ocupação de nazistas e soviéticos,
e a viagem de Francisco teve precisamente a missão de anunciar àqueles povos a
alegria do Evangelho e a revolução da misericórdia e da ternura, porque a
liberdade (conquistada pelos três países há 100 anos com a independência) não é
suficiente para dar sentido e plenitude a uma vida sem amor, pois este provém
de Deus.
Ecumenismo,
jovens, idosos e a esperança
A Lituânia é o único dos
três países com maioria católica, enquanto na Letônia e Estônia prevalecem
luteranos e ortodoxos e o ateísmo é bastante comum. De fato, a dimensão
ecumênica foi intrínseca à viagem. O desafio era reforçar a comunhão entre os
cristãos de tal modo que o Evangelho pudesse se confirmar como força libertadora
no tempo de opressão, luz que ilumina o caminho no tempo da liberdade, e sal
que preserva a vida da corrupção do egoísmo e da mediocridade.
Aos fiéis na Praça São Pedro, o Papa explicou o sentido de sua mensagem aos povos bálticos: encorajá-los na contribuição em valores humanos e sociais que oferecem à Europa, no diálogo entre as gerações, e no conúbio entre liberdade, solidariedade e acolhimento.
Lembrando cada etapa
principal, ressaltou os encontros com os jovens e idosos em Vilnius e Riga, com
a esperança e a paciência como temas principais:
“ O desafio de quem
envelhece é não se endurecer dentro, mas permanecer aberto e doce, na mente e
no coração. E isto é possível com a seiva do Espírito Santo, na oração e na
escuta da Palavra. ”
A esperança também foi o
fulcro do evento com os sacerdotes, consagrados e seminaristas da Lituânia:
“Que grande testemunho deram e ainda dão tantos padres, religiosos e religiosas
idosos, que sofreram calúnias, prisões e deportações... mas permaneceram firmes
na fé! Eu os exortei a não se esquecerem, mas a guardarem seus mártires na
memória e seguirem seus exemplos”.
A
recordação mais dolorosa
Em Vilnius Francisco
também homenageou as vítimas do genocídio, quando dezenas de milhares de judeus
foram eliminados, e visitou o Museu das Ocupações e Lutas pela Liberdade,
detendo-se em oração nas salas em que eram presos, torturados e mortos os
opositores do regime.
“ É comovente ver até que
ponto chega a crueldade humana. Pensemos nisso. ”
Passados os anos, passados
os regimes, mas – lembrou o Papa – sobre a Porta da Aurora, na capital lituana,
Maria, Mãe da Misericórdia, continua a zelar por seu povo em sinal de segura
esperança e consolação. “E mesmo em lugares onde a secularização é mais forte,
Deus fala com a linguagem do amor, do cuidado, do serviço gratuito a quem
necessita. E aí, os corações se abrem e acontecem milagres: nos desertos,
germina vida nova”.
Sobre as três celebrações eucarísticas presididas, uma em cada país, o Papa disse que o santo Povo fiel de Deus renovou o seu ‘sim’ a Cristo, nossa esperança; e o renovou com Maria, sempre Mãe, especialmente dos que mais sofrem, como povo escolhido, sacerdotal e santo, em cujo coração desperta a graça do Batismo.
Fonte: Vatican News
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