No
encontro ecumênico de oração pela paz pelo Oriente Médio, o Papa pediu que
reine a paz entre todos os povos que sofrem, especialmente para Jerusalém,
Cidade Santa amada por Deus e ferida pelos homens.
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Santo Padre partiu cedo, de
helicóptero, na manhã deste sábado (07/07), para se dirigir à cidade de Bari,
sul da Itália, para um encontro Ecumênico.
Em Bari encontram-se as relíquias de
São Nicolau, muito venerado pelas Igrejas orientais. Ali, o Papa quis reunir os
líderes de Igrejas e Comunidades cristãs, para uma jornada de oração e de
reflexão sobre a dramática situação no Oriente Médio, que aflige tantos irmãos
e irmãs na fé.
Ao chegar à cidade, transferiu-se
diretamente à Basílica pontifícia de São Nicolau, onde, acolheu e cumprimentou
os Patriarcas. Juntos, desceram à cripta para venerar as relíquias de São
Nicolau e acender uma lamparina, símbolo da Igreja unida.
A seguir, o Papa e os Patriarcas
dirigiram-se para a uma grande Praça, perto do mar, onde se deu o encontro de
Oração ecumênica pela Paz.
Os irmãs no Oriente Médio não estão
sós
Em seu pronunciamento introdutório ao
encontro de Oração pela Paz no Oriente Médio, o Santo Padre disse:
“
Viemos como peregrinos a Bari, janela aberta para o vizinho Oriente, trazendo
no coração as nossas Igrejas, os povos e as inúmeras pessoas que vivem em
situações de grande sofrimento. A eles, dizemos: ‘Estamos com vocês’. ”
Depois, Francisco agradeceu aos
Irmãos Patriarcas por terem aceito, com generosidade e prontidão, o convite
para participar deste encontro de oração e reflexão, sob a proteção da Mãe de
Deus, aqui venerada como “Odegitria”, que nos sustenta no nosso caminho comum.
Ela nos indica o caminho. E, referindo-se a São Nicolau, disse:
Encruzilhada de civilizações
“Aqui, são custodiadas as relíquias
de São Nicolau, bispo do Oriente, cuja veneração sulca os mares e cruza as
fronteiras entre as Igrejas. Que este Santo taumaturgo possa curar as feridas
de muitos. Aqui, sentimo-nos impelidos a viver esta jornada, com a mente e o
coração voltados para o Oriente Médio, encruzilhada de civilizações e berço das
grandes religiões monoteístas”.
Daquelas terras do Oriente, onde
nasceu o Salvador, - recordou Francisco - propagou-se a luz da fé pelo mundo
inteiro; lá brotaram as fontes de espiritualidade e do monacato; lá são
mantidos ritos antigos únicos e riquezas inestimáveis da arte sacra e da
teologia; lá reside a herança dos nossos grandes Padres. Esta tradição é um
tesouro que deve ser mantido, porque no Oriente Médio estão as raízes da nossa
fé.
Presença em risco
E o Papa acrescentou:
“Mas, naquela esplêndida região,
adensou-se, especialmente nos últimos anos, uma espessa cortina de trevas:
guerras, violências, destruições, ocupações, fundamentalismos, migrações
forçadas e abandono… Tudo isso sob o silêncio de tantos e a cumplicidade de
muitos. Ali, a presença de nossos irmãos e irmãs na fé corre grande risco”.
Hoje, - prosseguiu o Papa –
acendemos, juntos, a chama da esperança, pois os cristãos são luz do mundo. E
exortou:
“Hoje, rezamos unidos, para implorar
do Senhor aquela paz que os poderosos da terra ainda não conseguiram encontrar.
Que ressoe o grito do salmista “reine a paz entre vocês”, entre os irmãos que
sofrem e todos os povos e crenças, de modo especial, para Jerusalém, Cidade
Santa amada por Deus e ferida pelos homens!”
A indiferença mata
O Santo Padre concluiu seu
pronunciamento dizendo que não podemos nos permitir dizer “Sou eu, porventura,
o guarda do meu irmão?”. E expressou seus ardentes votos:
“A indiferença mata! Mas, nós
queremos ser voz que contrasta a morte da indiferença. Queremos dar voz a quem
não tem voz, a quem chora, sofre e emudece no Oriente Médio, enquanto muitos o
espezinham em busca de poder e riquezas. Imploremos a Deus a paz para os
pequeninos, os simples, os feridos! Que Deus atenda a nossa oração”.
Após
o encontro de oração pela paz, Francisco e os Patriarcas voltaram para a
Basílica de São Nicolau, para um encontro a portas fechadas.
Fonte: Vatican News
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