“Maria, Mãe da Igreja”
Pela primeira vez, neste ano,
na Segunda-feira após o Domingo de Pentecostes, estaremos celebrando Maria, Mãe
da Igreja em Memória Litúrgica decretada pelo Papa Francisco para o Calendário
da Igreja a partir desta data.
Foi o
Papa Paulo VI que, no clima do Concílio Vaticano II, aproclamou com este
título: Mãe da
Igreja: “Assim
para a glória da Virgem e consolo nosso, Nós proclamamos a Maria Santíssima
‘Mãe da Igreja’, isto é, Mãe de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis como dos
pastores que a chamam Mãe amorosa, e queremos que de agora em diante seja
honrada e invocada por todo o povo cristão com este gratíssimo título.”
(Discurso no encerramento da III Sessão Conciliar – 21/11/1964).
Assim
a Constituição Dogmática sobre a Igreja do Concílio Vaticano II, Lumen Gentium – 53(promulgada a
21/11/1964) a reconhece como “ … verdadeiramente mãe dos membros (de Cristo)…porque com o seu
amor colaborou para que na Igreja nascessem os fiéis, que são os membros
daquela cabeça”(Santo Agostinho – De s. virginitate 6). Por
esta razão é também saudada como membro supereminente e absolutamente singular
da Igreja, e também como seu protótipo e modelo acabado da mesma, na fé e na
caridade; e a Igreja católica, guiada pelo Espírito Santo, honra-a como mãe
amantíssima, dedicando-lhe afeto de piedade filial.”
Assim
deseja o Papa Francisco que esta promova a genuina piedade mariana dos pastores,
dos religiosos e de todos os fiéis da Igreja e ser-lhes de proveito. Esta
celebração ajudará a meditar que, para que a vida cristã cresça deve fundar-se
no mistério da Cruz, na oblação de Cristo no convívio eucarístico, que a Mãe do
Redentor e dos redimidos oferece.
Este
caminho de santidade que a Virgem Maria, por primeiro, no seguimento de Cristo,
viveu, seja o mesmo para todos os membros de Cristo, para toda a Igreja. Ela,
Mãe da Igreja, caminha na frente e com sublime perfeição no Caminho que é Cristo
para ser modelo e exercer sua maternidade eclesial para com todo o Corpo de
Cristo.
E
propondo para toda a Igreja “A
Alegria e o Júbilo” da Santidade em sua Exortação
Apostólica Gaudete et Exultate de
19 de março de 2018, o Papa Francisco assim conclue: “Desejo coroar estas reflexões
com a figura de Maria, porque Ela viveu como ninguém as bem-aventuranças de
Jesus. É Aquela que estremecia de júbilo na presença de Deus. Aquela que
conservava tudo no seu coração e Se deixou atravessar pela espada. É a mais
abençoada dos santos entre os santos. Aquela que nos mostra o caminho da
santidade e nos acompanha. E, quando caímos, não aceita deixar-nos por terra e,
às vezes, leva-nos nos seus braços sem nos julgar. Conversar com Ela
consola-nos, liberta-nos, santifica-os. A Mãe não necessita de muitas palavras,
não precisa que nos esforcemos demasiado para Lhe explicar o que se passa
conosco. É suficiente sussurrar uma vez e outra: ‘Ave Maria…’ “ (Gaudete et
Exultate, 176 – Papa Francisco)
A
Igreja toda e mesmo a Humanidade em sua totalidade, mais do que nunca, em
nossos dias necessita reaprender os laços do amor na maternidade, na
paternidade, na fraternidade, no “ser família”. Esta é a graça da maternidade,
que a Mãe do Redentor e de todos os redimidos vem renovar. Maria é a Mãe da
Igreja, “sacramento, isto é, sinal e
instrumento da íntima comunhão dos homens com Deus e dos homens entre si”.
(Lumen Gentium, 1)
Necessitamos
da ternura materna de Maria, Mãe da Igreja, Mãe da Família dos filhos de Deus.
+
José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza
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