segunda-feira, 11 de junho de 2018

SANTO ANTÔNIO, APÓSTOLO DA BONDADE



Padre Geovane Saraiva*
Santo Antônio nasceu em Lisboa e morreu em Pádua (1195-1231). Viveu só 36 anos, mas de tal modo configurado com Cristo, externando excessiva bondade, a ponto de não tardar ser elevado às honras dos altares, um ano após sua morte. Apóstolo da bondade e da paz o foi, que, com sua inteligência brilhante, se colocou a serviço do reino de Deus, na qualidade de exímio pregador do Evangelho, concreto na caridade aos empobrecidos e abandonados. Os folclores italiano e brasileiro fazem alusões por demais generosas, aos poderes de Santo Antônio.
Assim como São Francisco, soube falar carinhosamente aos passarinhos. Ficamos extasiados diante do seu sermão aos peixes, em tom poético quanto folclórico, certamente fantasioso, mas despertando e fertilizando o utópico imaginário, na revelação do sentido da transcendência, no diálogo com Deus. Tudo aconteceu em uma cidade italiana que estava nas mãos dos descrentes e, com a chegada de Santo Antônio àquele lugar, sabedores das virtudes do grande arauto do Evangelho conclamam toda a comunidade a uma reação: “Vamos isolá-lo através de um ambiente de silêncio, nas expressões de indiferença”. E assim se sucedeu. Antônio não encontra ninguém favorável a ouvir a palavra de Deus: igrejas vazias, praças desertas e uma absoluta neutralidade e desamor.
O amor de Deus abre corações e mentes, nos apelos por uma viva esperança, luz que resplandece nas trevas, tão visível em Santo Antônio! A criatura humana é chamada a experimentar esse amor, comprovado de muitos modos e em variadas circunstâncias, aqui, no convite de Santo Antônio: “Venham, vocês, peixes, a ouvir as palavras de Deus, já que os homens arrogantes não se dignam a ouvi-la!”. E logo surgem centenas ou milhares de peixes, dispostos a escutar sua alocução de louvor e profecia.
Santo Antônio fala de um modo explícito ao nosso mundo, ensinando-nos que só mesmo em Deus somos capazes de superar nossa falta de amor por um mundo mais inclusivo, de transpor a dramática montanha da intolerância, indiferença e insensibilidade, indo aos corações fechados e hostis à mensagem do Evangelho. É como diz a música a respeito do amável Santo Antônio: “Se milagres tu procuras / pede-os logo a Santo Antônio / Fogem dele as desventuras / o erro, os males e o demônio / bens perdidos faz achar / e dá saúde aos doentes”. Amém!
*Padre, Jornalista, Colunista e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE. Da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza geovanesaraiva@gmail.com

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