Card.
Tempesta, Ilze Scamparini, Gerson Camarotti e outros comentam a mensagem do
Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
Pe. Arnaldo Rodrigues e Bianca
Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
“Fake news e jornalismo de paz”: a este tema o Papa Francisco dedicou sua mensagem para o 52° Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado neste domingo (13/05).
“Fake news e jornalismo de paz”: a este tema o Papa Francisco dedicou sua mensagem para o 52° Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado neste domingo (13/05).
No texto, o Papa deixa claro que um
jornalismo de paz não significa “um jornalismo bonzinho, que negue a existência
de problemas graves e assuma tons melífluos”, mas convida a fazer um jornalismo
“sem fingimentos, hostil às falsidades, a slogans sensacionalistas e a
declarações bombásticas”.
Mas jornalismo de paz é um conceito
ou é possível praticá-lo, sobretudo em meio a interesses e pressões por uma
informação veloz e rentável? Afinal, o que é e o que representa jornalismo de
paz para os profissionais da área? Para responder a esta pergunta, o VATICAN
NEWS convidou comunicadores renomados no Brasil:
Foto do Google
Ilze Scamparini – Vaticanista,
correspondente da TV Globo
“O jornalismo de paz é aquele com o
qual nós que escolhemos essa profissão sempre sonhamos, que é o jornalismo
justo, mas não só, é o jornalismo ético, mas não só, é o jornalismo livre e
democrático, mas não só, é acima de tudo um jornalismo de bom senso. Se um
jornalista consegue em cada matéria que fizer, respeitar isso, eu acho que a
profissão vale a pena.”
Gerson Camarotti – Jornalista,
escritor e comentarista político da Globo News e CBN
“Recordo-me muito quando estava me
formando nos anos 90 e fui conversar com o arcebispo emérito da minha cidade,
Dom Hélder Câmara, pedindo conselho. Assim me disse: ‘Olha Camarotti, o jornalismo
era a profissão do meu pai, profissão do meu avô, o jornalismo tem que ser
fonte de verdade’. É isto que busco na minha profissão, tentar passar a verdade
e ir em busca da verdade para noticiar é a melhor forma de se ter um jornalismo
de paz. Às vezes, uma verdade incomoda, como por exemplo do Brasil que vive um
tempo de escândalos de corrupção, mas o papel do jornalista é dar uma dimensão
correta, a notícia verdadeira sobre o que está acontecendo no país.”
André Trigueiro – Professor da
PUC-Rio e jornalista da Globo especializado em jornalismo ambiental
“O jornalismo de paz é aquele que não
fomenta a violência gratuitamente, não é um jornalismo que omite fatos alusivos
às causas, às origens e às razões da violência; ele precisa reportar
indicadores de violência até mesmo para a sociedade ter condições de fazer as
escolhas certas na área da educação, da segurança pública, na área da proteção
da família e do planejamento familiar etc. O jornalismo de paz procura
sensibilizar governos e a sociedade para a necessidade de uma atenção imediata
e urgente para os que mais precisam, os excluídos, os mais pobres e os sem
oportunidades.”
Veronica Machado (Koca Machado) –
Professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), publicitária e
sócia-executiva do Grupo Sal:
“Os preceitos do jornalismo da paz
são os mesmos do jornalismo raiz, apuração dos fatos através de fontes
confiáveis. Na era do conhecimento, as pessoas estão se contentando com
informações rasas e fúteis. Acredito que o jornalismo da paz é a tentativa do
resgate ético da informação”.
Fernando Morgado – Professor das
Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA) e da Escola Superior de Propaganda e
Marketing (ESPM), Rio de Janeiro:
“Mais do que informar, o jornalismo
também forma, ele também educa. Mais do que registrar os movimentos sociais, de
certa maneira participa deles. A responsabilidade é muito grande, por isso
jornalismo de paz é quando você exerce esta atividade de relatar os fatos com
responsabilidade, sobretudo visando a intenção de desenvolver a sociedade, de
fazer um mundo melhor, para que o jornalismo possa inspirar as pessoas a
evoluírem e criarem aquilo que é maior e tão importante, que é a cultura de
paz. Uma cultura contra o ódio, contra os conflitos e formando com responsabilidade
e gerando a reflexão de maneira adequada. O jornalismo pode ter uma
contribuição decisiva para o desenvolvimento do mundo como um todo.
Cardeal Orani João Tempesta -
Arcebispo do Rio de Janeiro
“Creio
que em um tempo de tanta violência e tantas mentiras, tantas fakes news, o
trabalho dos cristãos católicos em divulgar a verdade e saber selecioná-las é a
grande motivação do 52° Dia Mundial das Comunicações. Nesse tempo, é muito
importante que nós possamos escolher cada vez mais pela verdade e também saber
selecioná-las, saber ouvir a verdade de tal maneira que seja uma verdade que
nos liberte. Ao transmitir as notícias, que não façamos com raiva ou vingança,
mas procurando iluminar, para que cresça cada vez mais e melhor aquilo que
constrói uma humanidade mais justa e fraterna.”
Fonte: Rádio Vaticano
Nenhum comentário:
Postar um comentário