domingo, 29 de abril de 2018

REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO


João 15,1-8

QUINTO DOMINGO DA PÁSCOA ANO B
O evangelho de hoje (Jo. 15,1-8) e do domingo seguinte (vv 9-17) constituem partes de um mesmo tema: Cristo é a videira verdadeira. Na primeira parte afirma-se em parábola a necessidade de se permanecer unido a Jesus para dar fruto abundante. Na segunda, (próximo domingo), teremos um comentário do primeiro bloco: como permanecer em Cristo para dar fruto? Guardando os mandamentos de Jesus, especialmente o do amor fraterno.
Na imagem literária videira – ramos encontramos elementos alegóricos, tais como a identificação da videira (Cristo), do lavrador (o Pai) e os ramos (os discípulos). Mas a realidade que Jesus descreve, concretamente a relação existente entre Ele e seus discípulos, transpõe os limites da linguagem figurada. Na descrição da videira e dos ramos temos algo que não é alegoria nem parábola, mas algo que entra de cheio no gênero literário hebreu chamado “mashal”.
A videira evangélica, enquanto símbolo de Jesus e dos cristãos, vem a ser também imagem da nova Israel. Segundo Flávio Josefo, um dos mais admiráveis adornos do templo de Jerusalém era uma enorme videira de ouro, símbolo de Israel com cachos tão grandes quanto um homem. Mas agora Cristo diz que ele é a videira verdadeira, o novo Israel, que substitui a antiga vinha arrasada porque não deu senão uvas amargas, labruscas – (Is. 5, 1ss). Por isso como a parábola dos vinhateiros homicidas ensina, o Reino de Deus passou para outro povo que produzirá seus frutos.
Para dar fruto necessitamos da seiva da videira, que é Cristo. Sem Ele nada podemos fazer, porque sem seiva os ramos secam. Somente em contato com Jesus temos a vida e força interior, capacidade e consciência para transformar a dura realidade e vencer o mal dentro e fora de nós.
Peçamos ao Senhor Jesus, neste domingo da videira e os ramos, para que a seiva divina entre nas nossas veias e se misture ao nosso sangue humano transformando-o em divino e gerando excelentes frutos de bondade, alegria, amor e perdão.

Pe. Raimundo Neto

Pároco de São Vicente de Paulo

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