Lucas 24,35-48
TERCEIRO DOMINGO DA PÁSCOA
Meditamos hoje neste terceiro domingo da Páscoa o final do episódio dos discípulos de Emaús (Lucas 24-35-48).
É surpreendente que, enquanto o grupo estava ouvindo o relato dos dois discípulos de Emaús e comentando a aparição de Jesus ressuscitado ao apóstolo Pedro, justamente Cristo aparece no meio deles, os discípulos sentem medo e resistem em crer no que seus olhos estão vendo. Até certo ponto isso era lógico. Tinham-no visto sofrer, morrer e ser sepultado havia poucas horas, embora suficientes para a derrocada da ilusão e a esperança messiânica diante de um fracasso tão notório. Portanto, devia mesmo se tratar de um fantasma, pensam eles uma alucinação coletiva, algo assim como uma presença “estranha”. Da insegurança nasce a dúvida, e esta cria o fantasma do medo que os impede de crer; assim também foi a aparição noturna de Jesus durante a tempestade no lago da Galiléia.
Jesus ressuscitado acumula provas de sua identidade, como aquela diante do apóstolo São Tomé. Provas que evidenciam sua humanidade corpórea, embora glorificada, o que explica não o terem os discípulos reconhecido num primeiro instante. Mas eles, depois de um processo gradual da fé com base em sua experiência e contato pessoal com o Senhor ressuscitado, acabaram por reconhecer que não era outro senão o próprio Jesus de Nazaré, seu mestre, que morreu e agora está vivo porque ressuscitou.
Síntese: Cristo está vivo e ressuscitado: a) nos caminhos da humanidade – e atento a todas as aparições; b) a Bíblia – na palavra revelada; c) na partilha – Eucaristia; na Assembleia reunida - centro do povo cristão. Jesus ressuscitado não é um fantasma, um produto de alucinação coletiva. Ele possui uma identidade corpórea, tem plena posse de suas faculdades. Ele é uma pessoa viva e concreta e está no núcleo central de sua igreja, no meio de nós.
Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente
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