3 DE MARÇO DE 2018 - SÁBADO DA SEGUNDA SEMANA DA QUARESMA
1ª. Leitura – Mq 7,14-15.18-2 - “saindo do exílio do pecado”
O povo de Israel que voltava do exílio arrependido reconhecendo a sua iniquidade declara a sua confiança na misericórdia de Deus e clama a Ele uma nova chance. Na certeza de que será atendido, pede-lhe, então, por meio do profeta Miquéias que o faça ver “novos prodígios”, como “nos velhos tempos”. A certeza de que Deus apaga a iniquidade e esquece o pecado daqueles que são resto de sua propriedade, dava-lhes ânimo e segurança para retornarem à sua terra. Nós também, que vivemos no exílio do pecado, precisamos nos considerar parte do resto do povo de Deus que caminha neste mundo em busca da pátria definitiva. Este tempo de Quaresma é, pois, um tempo propício para que façamos a nossa prece ao Senhor a fim de que Ele se compadeça de nós e nos faça dá passos de conversão e nos restabeleça em uma terra nova, reconhecendo os milagres e prodígios que Ele faz em nosso favor. Contudo, o grande milagre e o maior prodígio do Senhor é, justamente, o fato Dele nos amar do jeito que nós somos e nos perdoar quando reconhecemos o nosso pecado colocando o Seu coração contrito em favor da nossa miséria. Este é o grande milagre de Deus: “esquecer o nosso pecado e nos admitir ainda como propriedade do céu.” - Você se considera propriedade de Deus? Você sente a misericórdia e a compaixão de Deus? – Você é uma ovelha fugida querendo voltar? – Então se apoie no cajado do Senhor e deixe que a Sua misericórdia visite a sua miséria.
Salmo 102, 1-2. 3-4. 9-10. 11-12 (R. 8a)
R. O Senhor é indulgente e favorável.
Às vezes não acreditamos na misericórdia do Senhor porque duvidamos também de que ele possa esquecer por completo as nossas más ações do passado. Não entendemos que o amor de Deus é muito maior do que a nossa miséria. Precisamos sempre conscientizar a nossa alma dos favores do Senhor para que assim ela possa bendizê-Lo com convicção. Assim sendo, será mais fácil acolhermos a Sua indulgência.
Evangelho Luc 15, 1-3.11-32 – “falsa liberdade”
Quando nos afastamos de Deus querendo ser donos da nossa vida desejando ter “liberdade” para viver sem restrições e fazer o que nos dá na telha, sofremos as consequências.
A parábola do filho pródigo, então, nos leva a refletir sobre a nossa condição de filhos e filhas amados de Deus que temos à nossa disposição fartura de alimento para saciar a nossa fome de felicidade e, no entanto, nos apossamos de uma falsa liberdade que nos impulsiona a procurar no mundo a mesma comida que os “porcos comem”. De maneira deturpada, nós entendemos que o Pai quer ter conosco uma relação de patrão e empregado e não percebemos que Ele põe ao nosso alcance, a todo o momento, a nossa herança para que possamos usufruí-la de uma maneira que possamos desfrutar a vida e ser felizes. Nós, porém, como aquele filho, queremos a nossa parte como se fosse um salário que apenas serve para comprar coisas que não têm serventia e que alimentam exclusivamente os desejos da nossa humanidade. E, se arrependidos pensamos em voltar, também achamos que seremos recebidos como um empregado que regressa acabrunhado sem direito nenhum, para somente receber um prato de comida. Jesus nos dá uma demonstração de como é a mentalidade de Deus. O Pai sempre sente compaixão pelo filho que se arrepende! O processo da volta começa com o arrependimento. Há um momento em que nos sentimos perdidos, afundados na lama, famintos e humilhados. O Pai nos espera! Podemos voltar! Ele nos receberá, contudo precisamos estar arrependidos e humildes, sem razões e justificativas para que o perdão realmente aconteça e faça sentido para nós. Quem não se arrepende não precisa ser perdoado. Às vezes nós somos o filho mais velho que não compreende o porquê da misericórdia de Deus para com os pecadores. Vivemos na casa de Deus como hóspede que não se sente à vontade nem se acha com livre-arbítrio de provar de tudo que o Pai põe ao seu dispor. E quando retorna o “filho pródigo”, nós também, não compreendemos a compaixão que o Pai tem para com ele e queremos que Deus faça tudo de acordo com a nossa “justiça” que é injusta. O Pai, porém, quer colocar à disposição de todos, igualmente, a herança que Ele nos destinou: a nossa salvação. - Você já experimentou voltar para Deus arrependido e humilhado? Como você se sentiu? - Quando você erra volta-se pra Deus com o coração de filho (a) ou de empregado (a)? - Qual a diferença entre ser filho (o) e ser empregado (a)? – Você acha que o filho mais velho se comportou com a mentalidade de filho ou de empregado?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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