Neste
frio Domingo de primavera, dezenas de milhares participaram da missa presidida
pelo Papa na Praça São Pedro. Francisco usou paramentos doados por refugiados
do Paquistão.+*
Cidade do Vaticano
Neste Domingo de Ramos (25/03),
o Papa presidiu missa na Praça São Pedro diante de dezenas de
milhares de pessoas. Antes, no centro da Praça, junto ao obelisco, Francisco abençoou
os ramos e as oliveiras. Foi feita a leitura do Evangelho de Marcos e no
sagrado, a narração da Paixão de Cristo.
Jornada Mundial da Juventude
Grande parte dos fiéis eram jovens de
Roma que aderiram à celebração diocesana da XXXIII Jornada Mundial da Juventude
que teve o tema “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus”
(Lc 1,30).
Após a celebração da Eucaristia,
antes da Benção Apostólica, foram entregues ao Papa as conclusões da Reunião pré-Sinodal realizada nesta semana
no Vaticano em preparação ao Sínodo dos Bispos de outubro próximo sobre a
Juventude.
Alegria e sofrimento
Em sua homilia, o Papa propôs uma
reflexão evocando os sentimentos contrastantes de discípulos e fariseus quando
Jesus entra em Jerusalém.
“Nesta celebração, parecem cruzar-se
histórias de alegria e sofrimento, de erros e sucessos que fazem parte da nossa
vida diária como discípulos, porque consegue revelar sentimentos e contradições
que hoje em dia, com frequência, aparecem também em nós, homens e mulheres
deste tempo: capazes de amar muito... mas também de odiar (e muito!); capazes
de sacrifícios heroicos mas também de saber ‘lavar-se as mãos’ no momento
oportuno; capazes de fidelidade, mas também de grandes abandonos e traições”.
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Nesta narração evangélica fica
evidente que a alegria suscitada em alguns por Jesus é motivo de incômodo e
irritação para outros.
A alegria é a de tantos pecadores
perdoados que reencontraram ousadia e esperança; e o desconforto é o daqueles
que que se consideram justos e ‘fiéis’ à lei e aos preceitos rituais.
“
Como é difícil, para quem procura justificar-se e salvar-se a si mesmo,
compreender a alegria e a festa da misericórdia de Deus! Como é difícil, para
quantos confiam apenas nas suas próprias forças e se sentem superiores aos
outros, poder compartilhar esta alegria! ”
O Papa lembrou o grito ‘Crucifica-O!’
emerso entre o povo: a voz de quem manipula a realidade criando uma versão
favorável a si próprio e não tem problemas em ‘tramar’ os outros para ele mesmo
se ver livre. O grito de quem não tem escrúpulos em procurar os meios para
reforçar a sua posição e silenciar as vozes dissonantes”.
As intrigas da autossuficiência
É o grito de quem deseja defender a
sua posição, desacreditando especialmente quem não se pode defender. É o grito
produzido pelas ‘intrigas’ da autossuficiência, do orgulho e da soberba, que
proclama sem problemas: “crucifica-O, crucifica-O!”.
“
É o grito que pretende cancelar a compaixão ”
Mas, ressaltou o Pontífice, perante
todas estas vozes que gritam, o melhor antídoto é olhar a cruz de Cristo e
deixar-se interpelar pelo seu último grito. Cristo morreu, gritando o seu amor
por cada um de nós: por jovens e idosos, santos e pecadores, amor pelos do seu
tempo e pelos do nosso tempo.
Alegria torna o jovem difícil de ser
manipulado
No dia em que a Igreja, em cada
diocese no mundo, celebra a sua Jornada da Juventude, o Papa se dirigiu
diretamente aos jovens:
“Queridos jovens, a alegria que Jesus
suscita em vós é, para alguns, motivo de irritação, porque um jovem alegre é
difícil de manipular".
“
Calar os jovens é uma tentação que sempre existiu ”
“Há
muitas maneiras de tornar os jovens silenciosos e invisíveis; muitas maneiras
de os anestesiar e adormecer para que não façam ‘barulho’, para que não se
interroguem nem ponham em discussão. Há muitas maneiras de os fazer estar
tranquilos, para que não se envolvam, e os seus sonhos percam altura
tornando-se fantastiquices rasteiras, mesquinhas, tristes.
Fonte: Radio Vaticano
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