O
pregador oficial da Casa Pontfícia, Frei Raniero Cantalamessa, intitulou a
reflexão "Cristo é o mesmo, ontem, hoje e sempre", iniciando-a com ‘a
onipresença de Cristo no tempo’.
Cristiane Murray – Cidade do Vaticano
Nesta sexta-feira (22/12), o Pregador
capuchino Frei Raniero Cantalamessa propôs ao Papa Francisco e a seus
colaboradores a sua segunda e última meditação do tempo de Advento.
Na capela Redemptoris Mater, no
Vaticano, Frei Cantalamessa intitulou a reflexão "Cristo é o mesmo, ontem,
hoje e sempre", iniciando-a com ‘a onipresença de Cristo no
tempo’.
Cristo e o tempo
“Cristo, afirmou o pregador, está no
mundo, mas não é do mundo; está na história e no tempo, mas transcende a
história e o tempo. Não é uma presença abstrata e uniforme, pois atua de modo
diferenciado nas diversas fases da história da salvação”.
Cristo: figura, evento e sacramento
“Ele está presente no Antigo
Testamento como figura, está presente no Novo Testamento como evento e
está presente no tempo da Igreja como sacramento. A figura anuncia,
antecipa e prepara o evento, enquanto o sacramento o celebra,
o torna presente, o atualiza e, em certo sentido, o prolonga”.
A constatação de que Cristo é
reconhecido como o pivô e o eixo do tempo não deve ser para um cristão um
motivo de orgulho e triunfalismo, mas uma oportunidade para um exame de
consciência. Frei Cantalamessa sugeriu as seguintes questões:
“Cristo também é o centro da minha vida,
da minha pequena história pessoal? Do meutempo? Ele ocupa um lugar
central apenas na teoria, ou também de fato?”
"Cristo não é apenas o centro,
ou o baricentro, da história humana, aquele que, com a sua vinda, cria um antes
e um depois no passar do tempo: Ele também é aquele que preenche todos os
momentos deste tempo; é “a plenitude”, também no sentido ativo que enche de si
a história da salvação: primeiro como figura, depois como evento e, finalmente,
como sacramento.
O encontro que muda a vida
Conduzindo a reflexão ao plano
pessoal, o capuchinho afirmou que isso significa que Cristo também deve
preencher nosso tempo: “Preencher de Jesus mais instantes possíveis da própria
vida não é um programa impossível, não é uma questão de passar todo o tempo
pensando em Jesus, mas de "perceber" sua presença, abandonando-se à
sua vontade”.
E mencionou um exemplo prático e
vivido recentemente por ele mesmo, quando em uma viagem, ficou algum tempo sem
conexão à internet até consegui-la, finalmente. “E o que é essa conexão em
comparação com aquela que se realiza quando alguém se “conecta” pela fé com
Jesus Ressuscitado e vivo? No primeiro caso, a pessoa se abre para um pobre e
trágico mundo dos homens; aqui, a pessoa se abre ao mundo de Deus, porque
Cristo é a porta, é o caminho que conduz à Trindade e ao infinito”.
Chegando à conclusão, o Frei afirmou:
“
Diante de Deus, o melhor momento da vida não é o mais cheio de possibilidades e
atividades, mas o tempo mais repleto de Cristo porque esse já se insere na
eternidade ”
Pensando
já no que vem, quando os jovens estarão no centro da atenção da Igreja com o
sínodo sobre "Os jovens e a fé”, propôs que os ajudemos “a preencher de
Cristo a sua juventude, oferecendo-lhes o dom mais bonito”.
Fonte: Rádio Vaticano
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