Ícone
da resistência contra a ditadura militar, falecido em 1999, Dom Helder foi um
dos expoentes católicos daquela época na luta em benefício de melhores
condições de vida para os mais pobres.
Cristiane Murray – Cidade do Vaticano
Dom Helder Câmara é Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos. A
Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade,
quarta-feira (27/12), o Projeto de Lei 7230/14 e o texto foi publicado no
Diário Oficial da União. A matéria segue agora para a Comissão de Constituição
e Justiça e de Cidadania, em caráter conclusivo.
Motivação
O patrono de determinada categoria ou
ramo da ciência e do conhecimento é aquele cuja atuação serve de paradigma e
inspiração a seus pares.
Ícone da resistência contra a
ditadura militar enquanto arcebispo de Olinda e Recife, falecido em 1999, Dom
Helder foi um dos expoentes católicos daquela época que lutou em benefício de
melhores condições de vida para os mais pobres.
Trajetória
Na década de 50, fundou obras
sociais como a Cruzada São Sebastião, cujo objetivo era atender aos moradores
das favelas, e o Banco da Providência, que organizava doações e microcrédito
para as famílias de baixa renda.
Dom Helder exerceu ainda funções na
Secretaria de Educação do Rio de Janeiro e no Conselho Nacional de Educação.
Foi também um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) e por sua trajetória, reconhecida internacionalmente, foi o único
brasileiro cotado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz.
Em seus mais de 20 livros publicados
– boa parte traduzida para outros idiomas –, Dom Helder defendeu ainda o seu
ideal de “não-violência” e a necessidade de profundas reformas por um Brasil
menos desigual.
Pagou um alto preço por sua atuação
em favor dos pobres
O combate às violações de direitos
humanos custou ao arcebispo uma perda pessoal: em 1969, o assessor de Dom
Hélder, o Padre Henrique, foi preso e torturado até a morte pelos militares.
O local onde Dom Helder passou os
últimos anos de vida, nos fundos da Igreja de Nossa Senhora da Assunção das
Fronteiras, no Recife, foi transformado em museu. No Memorial Dom Helder
Câmara, estão expostos objetos como livros, quadros, roupas e móveis de uso
pessoal do arcebispo.
O
processo de beatificação de Dom Helder começou em maio de 2015 e se encontra na
fase diocesana, na qual uma série de documentos, escritos de sua autoria e
apanhados históricos são analisados. Em seguida, tramita para o Vaticano,
onde será nomeado um relator.
Fonte: Rádio Vaticano
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